Cemitérios são alvo de ladrões, têm covas rasas e cobram preço alto

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Neste sábado (2), Dia de Finados, cerca de 2 milhões de pessoas vão visitar os 22 cemitérios municipais de São Pauloe encontrar problemas como roubo de acamentos de cobres dos túmulos e covas rasas, segundo o SPTV 1ª Edição.

A fiscalização dos 22 cemitérios e do crematório da Vila Alpina é feita por 24 funcionários da Prefeitura. O Serviço Funerário Municipal estuda contratação de segurança privada a partir de 2014.

No Cemitério São Luiz, as sepulturas, feitas na terra, são entregues apenas com uma placa de identificação. Quando a família não manda fazer uma cobertura com grama, é comum que a água das chuvas carreguem a cobertura. “Eles fazem a cova muito rasa”, disse a uma dona de casa.

No Cemitério da Penha, ladrões roubam peças de cobre. Muitas sepulturas ficam sem portas. Durante 15 minutos de visita, a reportagem do SPTV não encontrou um guarda civil para garantir a segurança do cemitério. Algumas famílias optaram por fechar os túmulos com tijolos.

No Cemitério de Nova Cachoeirinha, na Zona Norte, jardineiros autônomos, cadastrados na Prefeitura, se oferecem para colocar grama, flores e deixar tudo sempre em ordem. O primeiro jardim custa R$ 300, mas a manutenção sai por R$ 50 mensais.

O serviço de jardineiro não é tabelado, mas a exumação tem preço fixo. Depois de 3 anos, a família tem que retirar os restos mortais da cova e levar pra uma gaveta, o que custa de R$ 39 a R$ 239.

A auxiliar de berçário Vanessa Bueno afirmou que, com a proximidade do Dia de Finados, cobraram mais que o dobro pra exumar o corpo da avó. “Na semana passada, estava pouco mais de R$ 200. Minha mãe ligou ontem, por telefone, eles já cobraram R$ 530 para fazer a exumação”, afirmou.

No Cemitério Dom Bosco, em Perus, como em todos os outros cemitérios, a reportagem encontrou flanelinhas e jardineiros, que oferecem os serviços assim que acaba o sepultamento. Porém, nem todo mundo que contrata está satisfeito. “Estou achando mais ou menos, porque a gente já pagou”, afirmou uma familiar de uma pessoa enterrada no D.Bosco.

O superintendente do Serviço Funerário Municipal, Sergio Trani, não nega as dificuldades enfrentadas pela atual administração. “Herdamos uma dificuldade muito grande com relação à estrutura. Se nós somarmos as áreas dos cemitérios, nós temos a maior área verde de São Paulo. A área é muito grande e temos um número de fiscais pequeno”, afirmou.

Para Trani, a falta de segurança é o principal problema e a Guarda Civil Metropolitana não tem contingente suficiente para fazer a ronda.

A Prefeitura tem apenas uma câmera que foi colocada no Cemitério da Consolação. Segundo o superintendente, a instalação de câmeras enfrenta problemas por causa da arborização. “Estamos com estudos terminados sobre a contratação de segurança privada”, afirmou. Ele afirmou que foi feito uma reestruturação financeira para ter capacidade de solução de segurança a partir do ano que vem.

A estrutura financeira do serviço funerário é autônoma. “Nós temos receita e despesa. Nós somos uma autarquia. A Prefeitura não nos repassa nada. Inclusive, a gratuidade [dos serviços para pessoas de baixa renda] é bancada pelo serviço”, explicou.

Atualmente, o serviço tem 170 casos de processos contra funcionários. Esses processos passaram a ser encaminhados para uma corregedoria.

Fonte: G1

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