Retrospectiva em pauta

Ao aproximasse do final de ano, houve-se por todas as partes e lugares vozes desejando votos de felicidades e de conquistas no novo ano que se avizinha. Muitos, por motivos variados, nem querem ouvir e falar sobre o ano que termina, buscando esquecer as amarguras sofridas, ao mesmo tempo em que alimenta e busca novos ares e novas perspectivas. Mas, ao contrário do pensamento desses, revisar a realidade passada é a possibilidade de projetar o futuro com segurança e poder construir novas alternativas presentes.

Parafraseando Bertoldo Brecht, o analfabeto político não é aquele que não sabe ler e escrever, mas quem não consegue ver a realidade e interpretá-la corretamente. É com esse espírito que se busca ver a realidade política de 2013 e identificar o seu significado, o que aconteceu de positivo e negativo em nível internacional, nacional e local.

No cenário mundial, em nível da Igreja Católica, o grande acontecimento foi a inesperada renúncia do homem que regeu hierarquicamente com a força e disciplina, como cardeal e durante o seu papado, o Papa alemão Bento XVI – destaca-se a sábia decisão de entregar a direção e o poder para outro. E, em seguida, a eleição do Papa Francisco, com seu carisma jeito latino, abre a perspectiva de retomar os grandes eixos do legado deixado pelo Concílio Vaticano II, de abertura e diálogo com a realidade social, política, cultural, religiosa e econômica.

Em sua Exortação Apostólica, o Papa Francisco expõe dois grandes eixos: por um lado, lembra que a natureza da Igreja é sair para a missão e compromisso com os pobres e não viver para si; e, por outro lado, coloca o dedo na ferida do Sistema Capitalista. Para o Para, o atual sistema não explora somente, mas exclui o ser humano.

Na política brasileira, parecia que a grande disputa se daria entre as oposições de direita, de centro e a esquerda mais extremada de um lado e, do outro, a atual mandatária, a presidente Dilma Rousseff. A oposição apostou na queda de popularidade do governo federal e no crescimento dos seus postulantes pré-candidatos à presidência República em 2014. Ocorreu de um lado para o outro a movimentação e troca de partidos. O que se apresentava como novo no cenário, o caso da ex-católica, ex-petista e ex-senadora Marina Silva, caiu nos braços do tradicional governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente do PSB, aliado do PSDB e do tradicionalista e líder ruralista deputado Ronaldo Caiado.

Passados alguns meses, nada do que a oposição previu aconteceu: a popularidade da presidente cresceu e os índices da oposição arrefeceram, perdendo o discurso diante da diminuição vertiginosa do desemprego, da melhoria na qualidade de vida da população, do programa Mais Médico e da ampliação de assistência social para a população de baixa renda.

O desastre ficou por conta do estado de Alagoas. Para começar, o governador Teotônio Vilela foi avaliado como o pior gestor; o estado tornou-se campeão em violência, em assassinatos de jovens e roubo; pior desenvolvimento humano e na educação; alto índice de inadimplência e com um dos menores índices de crescimento econômico do Nordeste; e a mesa diretora da Assembleia Legislativa suspensa judicialmente de suas funções sob a acusação de improbidade administrativa.

Diante desses dados, ao contrário do Brasil, o fim de ano para os alagoanos apresenta um cenário tenebroso, com militares e bombeiros revindicando melhorias das condições de trabalho e salariais e a população exposta à bandidagem, resultado da desigualdade social e da inércia e omissão governamental.

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