Surge em Anadia um novo Lula

Nada do que falei até hoje da minha doce terra Anadia me traz arrependimento ou me envergonha. Pelo contrário a cada vez brotam coisas que me dão um imenso prazer de contar e dividir com todos. Tenho certeza que moro em Anadia e Anadia mora em mim e que esse sentimento não é só meu, lateja no coração de quem nesse torrão foi nascido.

Ouvindo uma toada lá do Maranhão que em verso e prosa se canta assim: “Lá vai, lá vai a turma que o adversário arreceia, eu quero saber porquê ele me odeia , eu sou coluna de aço se tu quiser passar arrodeia”. Lembrei-me da turma que ia mudar o mundo e tínhamos pressa… Com ideias e ídolos bem definidos, mirávamos os alvos a serem destruídos, crentes de que bastava empunhar um microfone, ler um livro, um jornal, fazer um panfleto, uma pichação ou até mesmo sair reproduzindo palavras de ordens que ouvíamos nos atos públicos que participávamos.

Éramos chamados de meninos, subversivos, comunistas, desordeiros, malfazejos e papa-fígado de crianças… Ingênuos, com a cabeça cheia de sonhos de liberdade e transformações; Eu, Robson, Paulinho, Beto, Emanuel, Paulo César, Jádson, Lauro, Celso, Gabriel, Laílson, Luís Carlos, Geraldo, Oliveiros, Alexandre, Zezinho, James, Élson, Roberval, Raimundo e outros amigos ativistas e defensores da causa comum.
Inebriados com o vigor das nossas juventudes, de início criamos o time de futebol, o Alencar Futebol Clube, com as cores vermelho e branco, cujo nome era uma dupla homenagem à Rua José de Alencar, no bairro do Farol em Maceió, local da residência de seu Gilberto Porto e dona Irma Oliveira, uma das nossas células de proteção e ao América do Rio, celeiro de grandes craques …

Traçávamos as nossas ações, que na capital seriam desenvolvidas na Churrascaria do Gaúcho, no bar Seandros, no bar Lua Cheia, Ipaneminha, boate Cavuco, London London, peixada do Ferreira, bar do Maré, além de naturalmente nas praias do Francês, Barra de São Miguel, Jatiúca, Ponta Verde, Pajuçara, Sereia e as lagoas Mundaú, Manguaba e Jequiá, conscientes da nossa pauta de atuação em Anadia e entrincheirados no casarão do seu Valdemar Oliveira e da dona Ester Oliveira ou na calçada do hotel do seu Né, como também na praça Dr. Campelo de Almeida, no banho da Santa Cruz, Mata do Brejo e na calçada da Igreja de Nossa Senhora da Piedade.

Lutávamos em desigualdade gritante; os conservadores, caretas, ditadores e filhotes da ditadura já possuíam suas garras afiadas e estavam formados na “escola” da truculência, de golpes, crimes e corrupção. Paro por aqui, para não relembrar uma página negra e triste da nossa história que muitos danos nos trouxeram.

Paradigmas, preconceitos monstruosos enfrentados com coragem, bravura, galhardia e vencidos com luta, suor e lágrimas… Claro que muitos ainda não findos, pois ainda não conseguimos levar a nossa terra Anadia ao lugar que ela tanto merece. Retirantes em certo período na busca da formação e do saber, repetimos a trajetória “comum” a todos que padecem do mal de ter na gestão do nosso município “gens” do mesmo clã, que há décadas se locupletam do nosso erário.

Nada devo acrescentar a biografia vitoriosa do líder Lula, Luiz Inácio da Silva, nordestino que tem em comum com todos nós, muitas de suas lutas, vitórias e quebra de tabus. Tenho por formação não fazer do uso da palavra como enfeite ou confete, para uso próprio, mas tive a honra de ouvir, de bem perto, um pronunciamento do presidente Lula e dele extrair importantes lições.

Pensando eu em reproduzi-las, meio que abismado ou abestalhado, surpreendido com a chegada de São Paulo do “Bonitão”, que vi ainda menino e com quem convivi em nossa casa como amigo e colaborador, até o dia que me falou que tinha um sonho de ir pra São Paulo aprender um oficio, crescer e ser gente.

O que parecia inatingível, impossível, virou realidade, Bonitão hoje tem a profissão de soldador, ajuda aos pais e irmãos e a família, nos enche de orgulho e ainda nos serve de referência para o que quero contar ao mundo sobre a nossa terra Anadia.

A história de vida de muitos dos filhos do nosso povo, creio, que sendo contadas ganharia muito dinheiro e escrita venderia milhões de livros. Nunca é demais repetir que vivenciamos coisas exclusivas e que muitas agora se revelam através da internet e redes sociais.

A certeza é tanta de que cresce a cada dia uma nova e verdadeira legião de anadienses, espalhados por vários rincões desse país, nas mais diversas profissões e ofícios, mas com um traço característico e bem definido, vencedores de obstáculos e suplantadores de recordes e desafios. E dando uma rápida olhada nas paginas da vida, constato que tantos os amigos que lá em cima citei são vencedores e dignos de honrosas homenagens, tanto quanto os que hoje de nome:
Adriana, Adenylde, Aline, Amanda, Avelar, Benício, Brega Ligth, Carol, Cícero, Cirlene, Conceição, Diêgo, Diogo, Edla, Emanuela, Felipe, Fernando, Fernanda, Glaúcia, Isadora, Luan, Ivan, Janayna, Janyara, Josefa, Jôsy, Karol, Larissa, Leila, Lúcia, Luiz, Luiz Carlos, Malba, Marcelo, Marcos, Mari, Maria, Mariana, Mário, Nely, Pamela, Patrícia, Paula, Piedade, Polyanna, Polyanne, Priscilla, Rafaela, Rayane, Rita, Rudge, Robério, Séris, Serise, Simone, Tamara, Thalis, Thacila, Thais, Thiere, Thyone, Thiago, Vanessa, Welington, Whendell, Zélia.

Sendo essa apenas uma pequena amostra dos que com certeza também sonham em mudar o mundo. E posso categoricamente afirmar. A cada um novo dia surge um novo “Lula” em Anadia. E pode levar até um pouco de tempo, mas é certo que um filho de Anadia governará o Brasil.

(*) Ex-secretário de Estado e filho de Anadia

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