Ações de saúde marcam Dia Mundial do Lúpus

Doença auto-imune, o lúpus geralmente se manifesta por meio de dores nas articulações e manchas na pele. Muitas vezes, porém, ela pode ser silenciosa e o funcionário público municipal Jairo César sabe bem disso. Hoje aos 48 anos, ele conta que não apresentava sintomas e descobriu que tinha lúpus apenas aos 35. O diagnóstico, segundo ele, veio por acaso.

“Fui ao cardiologista e pediram um exame de rotina, que apontou que eu estava com uma alteração nas hemácias. A partir daí, o médico pediu outros exames e detectou que era lúpus. Mas, até então, eu nem desconfiava. Agora faço acompanhamento e tratamento constantes”, expôs ele, que também tem uma filha com a mesma condição, descoberta aos 23 anos.

Visando combater esse desconhecimento com relação à enfermidade, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) promoveu, nesta quinta-feira (10), uma mobilização em referência ao Dia Mundial do Lúpus (10 de maio). A atividade, uma parceria com o Grupo de Apoio às Pessoas com Lúpus (GAPLúpus), aconteceu no Calçadão do Comércio, no Centro de Maceió.

Essa é a primeira vez que o evento, realizado há nove anos, acontece em um espaço aberto. A programação contou com rodas de conversa, distribuição de material educativo e palestras sobre o tema. Durante todo o dia, a população teve acesso ainda a uma série de serviços, como aferição da pressão arterial e vacinação contra hepatites B e C, tétano e gripe A.

Além disso, a Diretoria de Assistência Farmacêutica (DAF) da pasta estadual também esteve presente para prestar informações sobre a distribuição de medicamentos estratégicos. Remédios e protetor solar – fundamental para portadores do mal – são disponibilizados gratuitamente no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf).

De acordo com o gerente do Núcleo do Programa de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência da Sesau, Ernestino Veiga, ações como essas são importantes para conscientizar a sociedade. ”A doença precisa de um acompanhamento sério e a população precisa estar informada para que possa ter um diagnóstico precoce. Esse conhecimento é fundamental”, disse ele.

A presidente do GAPLúpus, Fátima Rosendo, destaca que cerca de 4,5 mil alagoanos vivem com lúpus no Estado. Os dados são baseados em um levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e também mostram que as mulheres são as maiores afetadas pela enfermidade, na qual o sistema imunológico causa danos ao próprio organismo.

“O lúpus é uma doença que não tem cura, mas que pode ser controlada com o tratamento. Muitas vezes, ela não apresenta sintomas, mas, ao menor indício, é importante procurar o médico. Também é importante lembrar que o lúpus não é contagioso”, afirmou ela, acrescentando que o grupo se reúne na primeira quinta-feira do mês, às 14h, na Sociedade Alagoana de Medicina, no Centro.

O funcionário público Jairo César ressalta que, apesar do choque quanto ao diagnóstico do mal, com o tratamento adequado é possível levar uma vida normal. “Trabalho normalmente e posso fazer tudo que as outras pessoas fazem. Os únicos cuidados são se tratar e evitar a exposição ao sol, além de adotar os cuidados para evitar crises”, diz ele.

Lúpus

Doença crônica e auto-imune, o lúpus tem causa desconhecida e atinge o sistema imunológico, que passa a produzir anticorpos contra suas células, podendo atingir pele, articulações, rins e outros órgãos.

Os principais sintomas são cansaço, desânimo, febre, dor e inchaço nas juntas e manchas na pele, além de queda de cabelo e arroxeamento ou palidez dos dedos. O tratamento é feito com medicamentos sintomáticos (antiinflamatórios, corticosteróides) e imunossupressores que visam diminuir a ação do sistema imune, dependendo da área afetada, incluindo ainda o uso de bloqueador solar (fator acima de 30). A falta de tratamento pode ocasionar complicações sérias e, às vezes, levar à morte.

Fonte: Ascom/Sesau

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