Professores da Ufal realizam nova assembleia nessa quarta

Em greve há 13 dias e em regime de assembleia permanente, os professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), estarão juntos nesta quarta-feira (30), às 9h30, no auditório da reitoria, no Campuas A.C. Simões para discutir sobre os rumos da paralisação, analisar a conjuntura, criar um fundo de greve, encaminhar propostas para fortalecer o movimento e levar informações à população sobre os motivos da greve.

Construída durante reunião do comando local de greve (CLG) ocorrida nesta terça-feira (29), na sede da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), a pauta da assembleia foi submetida à votação e aprovada por unanimidade pelos integrantes do CLG. “Estamos cada vez mais superando contradições secundárias e chegando ao entendimento de que é na unidade que reside a nossa força”, disse o presidente da Adufal, professor Antonio Passos.

Conforme suas informações, a paralisação atinge os três campi da Ufal (Maceió, Arapiraca e Delmiro Gouveia) e os polos de Penedo, Palmeira dos Índios, Santana do Ipanema e Viçosa e vem se fortalecendo em todo país, com a adesão de novas instituições de ensino superior (Ifes), a cada dia.

“Agora já são 47 instituições federais, sendo 43 universidades – todas ligadas ao Sindicato Nacional das Instituições de Ensino Superior (Andes/SN) “, informa. Em sua opinião, tudo isso é uma demonstração inequívoca de que os docentes já não aguentam mais esperar e estão dispostos a ir à luta por uma nova carreira do magistério superior. “A nossa principal reivindicação é a reestruturação da carreira e por isso lutamos desde 1987”, faz observar.

“Em agosto do ano passado, o Governo firmou um acordo que não cumpriu no devido prazo e, no último dia 14, publicou a Medida Provisória (MP) 568 que cumpre apenas parte desse acordo e nem sequer repõe a inflação do último ano. Além disso, oferece com a mão e tira com a outro, pois mexe nos adicionais de insalubridade e periculosidade, causando prejuízos aos servidores”, expõe.

Proposta de carreira – De acordo com informativo do Andes/SN, entidade a que a Adufal é filiada, a proposta que defende é a carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do Dieese (calculado em R$ 2.329,35 – valor de março), e percentuais de acréscimos relativos à titulação e ao regime de trabalho. Em relação à titulação, a carreira prevê adicional de 37% para o mestrado e de 75% para o doutorado e a livre-docência, por exemplo.
Os professores também querem a valorização e melhoria das condições de trabalho dos docentes nas universidades e institutos federais e atendimento das reivindicações específicas de cada instituição, a partir das pautas elaboradas localmente.
À população – Desde o início da paralisação os docentes vêm distribuindo panfletos em que explicam à sociedade alagoana o motivo por que estão em greve. Na assembleia de hoje (30), eles vão discutir formas de chegar mais perto da população e explicar-lhes os motivos da paralisação. Entre as propostas sugeridas estão realização de aulas em escolas, praças ou outros lugares públicos, entregar panfletos no Calçadão do Comércio e em outros lugares de grande fluxo de passantes, realizar audiência pública nos parlamentos e promover apresentações culturais e artísticas.

Atividades nulas – Em sessão extraordinária realizada na segunda-feira (28), o Conselho Universitário (Consuni) da Ufal, órgão superior da instituição, resolveu suspender as atividades acadêmicas durante o período da greve. Dos 41 conselheiros presentes, 40 foram a favor da suspensão e apenas um se absteve.

Todas as atividades acadêmicas realizadas após a deflagração da greve – dia 17 – serão consideradas nulas e, após o término da greve será elaborado pelo Consuni um novo calendário acadêmico.
“As atividades de caráter essencial, que não podem ser interrompidas, serão objeto de acompanhamento de comissão designada pelo órgão”, diz o documento assinado pelo presidente do Consuni, professor Eurico Lôbo.

Fonte: Ascom Adufal

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