Dilma assina empréstimo de R$ 3,6 bi e fortalece Sérgio Cabral

PRA presidente Dilma Rousseff assinou hoje um contrato de financiamento entre Banco do Brasil e governo do Estado do Rio de Janeiro para obras de infraestrutura urbana

A presidente Dilma Rousseff assinou hoje um contrato de financiamento entre Banco do Brasil e governo do Estado do Rio de Janeiro para obras de infraestrutura urbana

A presidente Dilma Rousseff assinou na tarde desta quarta-feira, junto de executivos do Banco do Brasil, o maior contrato de financiamento para um Estado na história da instituição financeira no País: o governo do Rio de Janeiro receberá R$ 3,6 bilhões para obras de mobilidade urbana, de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável. O acordo, assinado no Palácio Guanabara, sede da administração fluminense, contou com a presença de prefeitos de mais de 80 municípios, além do governador Sérgio Cabral.

"Nós vivemos agora um dos momentos de maiores turbulências de todos os tempos no mundo, mas aqui está a prova de que hoje temos autonomia para enfrentar esta conjuntura de crise internacional", afirmou a presidente em seu discurso, exaltando a criação de empregos com as diversas obras e serem colocadas em prática, e criticando ainda os que acreditam no arrefecimento do mercado interno brasileiro.

"Me espanta aqueles que dizem que o momento do consumo do Brasil passou. Como pode ter passado se esse país tem uma demanda reprimida? Milhões de pessoas que não têm moradia, não tem acesso a vários bens de consumo, e que vão ter acesso, porque são um grande mercado consumidor. É bom que se diga: nós somos um dos melhores mercados de varejo no mundo, por conta dessa demanda reprimida, ainda não saciada", continuou.

"O papel de um Estado é investir, por isso estamos aqui hoje. O Rio de Janeiro amadureceu, e pode tomar empréstimo. E nós sabemos que isso foi obtido através de critérios exigentes, não foi nenhum presente dado ao governador, ele passou por todas as checagens. Por isso que nós não somos um país que temos crise dos Estados e dos municípios", completou.

Ao todo, serão 14 projetos de mobilidade urbana que serão contemplados com o dinheiro injetado pelo Banco do Brasil. Entre os principais, a duplicação de rodovias estaduais, aquisição de barcas para o trecho Rio-Niterói, a conclusão do Arco Metropolitano – há anos em construção para conectar de forma direta os municípios de Itaguaí e Itaboraí -, a criação da linha 3 do metrô, na ligação entre Niterói e São Gonçalo, além da linha 4, já em andamento, que vai unir o trecho entre a zona sul e a Barra da Tijuca, foco dos maiores congestionamentos da capital fluminense.

Estão previstas ainda melhorias na infraestrutura urbana do Rio de Janeiro, como serviços de pavimentação, drenagem e sinalização nas vias dos 92 municípios do Estado, obras de urbanização em comunidades carentes, além de projetos relacionados à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016, como a recuperação das lagoas da Barra da Tijuca e da Joatinga, na zona oeste da capital.

Cabral se fortalece

O inédito e maior empréstimo da história do Banco do Brasil para um Estado fortalece o governador Sérgio Cabral, após um momento de intensa turbulência política. Enquanto os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), tiveram que se expor na CPI do Cachoeira, Cabral não só se livrou do depoimento, como conseguiu incentivo para provar aos críticos que sua administração está longe da inércia, com um contrato fechado em 113 dias, ou seja, prazo extremamente curto para este tipo de concessão.

"Tem gente falando na imprensa que foram 119 dias. Na verdade, foram 113 dias, é um case de sucesso. Gostaria de agradecer ao Banco do Brasil por este momento histórico do Rio de Janeiro. São recursos que mexem com as 92 cidades do Estado. É uma dívida que eu tenho com a senhora, presidenta Dilma", discursou o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão.

Logo de início, com a assinatura do contrato, o governo fluminense ganha uma primeira parcela em seus cofres na ordem de R$ 850 milhões para início imediato das intervenções e, desta forma, tirar de vez do noticiário a estreita ligação entre Cabral e Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, ligada ao esquema de corrupção supostamente comandado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira.

Aos poucos, as fotos do governador com o empresário em restaurantes e hotéis luxuosos de Paris e Mônaco se perde na esteira dos novos projetos anunciados. Cabral, inclusive, após uma longa temporada apresentando semblante retraído, evitando ao máximo os microfones da imprensa em eventos oficiais, já conversa com os jornalistas, bem humorado.

"Vocês criaram o maior ciúme na praça, é o empréstimo mais marcante da história do Rio de Janeiro", brincou o governador. "É um dia de celebração no que será traduzido em muitos empregos. É por isso que os prefeitos estão aqui, presidenta, para te agradecer. A senhora está cada vez mais dando uma atenção especial para o povo do Rio de Janeiro. Um governo que enfrenta a crise internacional com austeridade, que combate os juros com coragem, um governo que luta pelo conteúdo nacional, contra tudo e contra todos", completou.

Fonte: Terra

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