CEI da violência contesta redução no número de homicídios

Para a comissão, as estatísticas que apontam uma redução de 50% dos assassinatos não possuem base científica.

Alagoas24HorasCEI da Violência da Câmara Municipal de Maceió

CEI da Violência da Câmara Municipal de Maceió

A redução no número de homicídios em Maceió, referente aos últimos dez dias, divulgada na semana passada pela Delegacia de Homicídios, foi tema de discussão da Comissão Especial de Inquérito da Violência, intitulada CEI da Violência, durante audiência pública realizada na manhã desta segunda-feira, 9, na Câmara Municipal de Maceió. O evento reuniu diversas lideranças comunitárias, sociedade civil e cientista políticos.

Para a CEI, as estatísticas que apontam uma redução de 50% dos assassinatos não possuem base científica. O consultor jurídico da CEI, advogado Pedro Montenegro, disse que é necessário reunir uma série de elementos para subsidiar as estatísticas. “As estatísticas não devem ser feitas com dados de um dia para o outro, sem base no que vem sendo acumulado ao longo dos anos”, criticou, acrescentando que não é possível tecnicamente apresentar em poucos dias o que vem sendo considerado histórico. “Não diria que é enganosa a campanha do Estado, mas, diria que não tem base científica, muito menos diria que é fraudulenta”, destacou.

Montenegro destacou também que a sessão pública foi a primeira, dentre muitas que serão realizadas. “A própria secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, comparecerá à sessão pública da CEI, no dia em que os gestores forem chamados para discutir a problemática da violência. Ela própria pediu para que nós fiscalizássemos o andamento do Programa Brasil Mais Seguro”, relatou.

O advogado fez duras críticas ao Estado, que chamou de “atrasadíssimo”, referindo-se às informações fornecidas ao Ministério da Justiça, no que diz respeito à violência. Lembrou do período em que atuava como secretário municipal e foi lançado, no Estado, o programa ‘SOS Alagoas’. “O programa não saiu do papel. Por isso, a nossa função é monitorar o andamento do programa. Quanto mais dados levantarmos, melhor para o sucesso do programa”.

Montenegro classificou o Programa Brasil Mais Seguro como ‘multicausal’ com foco no combate à impunidade. “Estamos ainda na primeira etapa do programa, que esta em construção. A própria secretária Miki mandou que ficássemos tranquilos, pois estamos apenas no ponto de partida. É preciso antes de qualquer coisa uma valorização aos serviços da casa, isso foi a primeira coisa que apresentamos à secretária”, finalizou.

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos