‘Governo diz que não vale à pena estudar’, diz sindicalista

Manifestantes estão no Calçadão do Comércio em protesto a situação atual.

Alagoas24horas/ArquivoEducação: grevistas pedem atenção do governo petista

Educação: grevistas pedem atenção do governo petista

Professores, técnicos e estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) realizam na manhã desta quinta-feira, dia 12, uma manifestação no calçadão do comércio com intuito de fortalecer o movimento grevista e sensibilizar o governo petista diante da paralisação que dura mais de 30 dias.

Um dos representantes do movimento grevista do Ifal, Fabiano Duarte, lembra que há mais de dez anos docentes e técnicos dos institutos federais de todo o Brasil não recebem aumento real. “Nossos salários não sobem em consonância com os índices inflacionários. Não temos um aumento real há mais de dez anos, isso por si só já seria motivo para a greve, mas a paralisação vai além de questões salariais, buscamos melhores condições de trabalho e uma carreira definida”, relatou Duarte em referência a implantação do Plano de Cargos e Carreiras (PCC).

Ainda de acordo com Duarte, a situação dos institutos federais é ainda mais delicada do que das universidades. “Nós atendemos a mais de oito modalidades e não apenas graduação e pós, como nas universidades. Além disso, os campi mais antigos possuem laboratórios defasados e os novos não possuem nem laboratórios. Os próprios estudantes criaram palavras de ordem, segundo eles: o que adianta ser federal se não tem laboratório e falta material?”, complementou.

Duarte lembrou ainda que há anos não se vive uma um período de greve unificada como o que se vive atualmente. “Há mais de uma década não assistimos uma retomada de greve unificada como esta. Até servidores do Itamarati, que nunca fizeram greve, suspenderam suas atividades. O que nos deixa indignados é saber que o Governo tem dinheiro para obras como as da Copa, mas para saúde e educação nunca tem”, conclui Duarte.

Representando o comando de greve da Ufal, Ciro Bezerra diz que as sucessivas manifestações da categoria têm a finalidade de “fazer o Governo sentar para conversar e apresentar uma proposta em reposta à nossa protocolada desde 2011. Para se ter uma ideia, em 2010 professores-doutores recebiam o mesmo valor que os técnicos do Ministério de Ciência e Tecnologia, R$ 7.333,00. Hoje, os servidores recebem R$ 15.000,00 e os professores continuam com os salários congelados”, contou Bezerra.

Para Bezerra, a postura do Governo está transformando as universidades do Norte/Nordeste em ‘colejão’, enquanto tenta transformar as instituições sulistas em universidades de excelência. “Do modo como está sendo feito, os professores pesquisadores irão trocar as salas de aula por empresas até multinacionais. Temos muitas salas de aula e não temos transporte público para os estudantes; os técnicos não têm condições de trabalho”, concluiu Bezerra.

No próximo dia 18 será realizada uma audiência pública na Ufal que deverá definir os rumos da universidade. O movimento também propõe uma auditoria. No dia 26 será realizada uma passeata em Maceió, da Praça Sinimbu em direção a Praça dos Martírios. “Faremos um show de política e cultura”, disse o professor.

Atualmente, todos os Institutos Federais do país estão com as portas fechadas. No caso das universidades federais, 56, das 59, aderiram a greve.

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