Mais de cem alunos de Harvard podem ter colado em teste final

A Universidade de Harvard revelou o que pode ser o maior escândalo envolvendo “cola” já visto, informando que quase 125 alunos podem ter trabalhado em grupo num trabalho final, embora o mesmo devesse ter sido feito individualmente. As acusações envolvem apenas uma turma e giram em torno de “desonestidade acadêmica”, indo de colaboração inapropriada a plágio”, diz a nota da universidade.

Quase a metade da turma de 250 alunos está sob a investigação do Conselho Administrativo da instituição e os culpados poderão ser suspensos por um ano. Os suspeitos já foram notificados e deverão ser ouvidos por uma comissão investigativa. O “Harvard Crimson”, o jornal da universidade, afirmou que antes da data final de entrega do trabalho, estudantes em pânico lotavam a sala do professor em busca de explicações sobre o tema.

"Isto é sem precedentes no seu escopo e magnitude", disse Jay Harris, o reitor da graduação. "Olhando para os estudantes que temos e para o trabalho que fazem, eu seria abominável se dissesse que isso é algo que representa os estudantes de Harvard em geral."

Os administradores não revelaram qual a turma ou o departamento, para proteger a identidade dos alunos. De acordo com o jornal da universidade, um conselho acadêmico analisou cerca de 250 trabalhos da aula de Introdução ao Congresso, do professor Matthew B. Platt. A polêmica começou quando o professor percebeu semelhanças entre dez e 20 exemplares entregues e alertou o Conselho Administrativo. Após avaliação, foram encontrados 125 trabalhos similares. O professor, no entanto, não respondeu a mensagens pedindo que comentasse o assunto.

Ao rever todos os exames da turma, a administração percebeu que quase a metade mostrava sinais de possível colaboração.

"A ajuda da tecnologia tem um grande papel nesse contexto", disse Harris. "É fácil compartilhar."

A universidade planeja aumentar os esforços para ensinar aos alunos sobre integridade acadêmica. A análise dos trabalhos mostrou que os alunos colaboraram nas respostas ou usaram as mesmas longas sequências de palavras.

A universidade é considerada a segunda melhor do mundo, de acordo com o ranking do The Times Higher Education, atrás apenas do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Para Eric Kester, formado na instituição e autor do livro “That Book About Harvard”, algo como “Aquele Livro sobre Harvard”, a reputação da escola contribui para aumentar a pressão por alto desempenho sobre os estudantes, além de criar um ambiente propício à cultura da cola, como explicou à ABC News. A universidade é famosa por formar políticos, presidentes de grandes empresas e empreendedores.

"A maioria destes garotos fez cursos preparatórios para o SAT (o equivalente ao vestibular nos EUA) desde os 10 anos e passou os verões em acampamentos de química orgânica. Quando se leva isso em conta, é possível ter um retrato claro", disse o reitor.

Segundo Teresa Fishman, do Centro Internacional de Integridade Acadêmica da Universidade de Clemson, dados dos últimos 20 anos mostram que 25% a 33% dos alunos em todos os níveis do ensino universitário admitiram colar nas provas.

Fonte: O Globo

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