Secretário Jorge Dantas salienta a promoção da cultura do leite em Alagoas
As ações de todos os projetos desenvolvidos pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), pela cadeia produtiva do leite agora integram um único programa: o Alagoas Mais Leite, lançado na quarta-feira (30), no assentamento Cajá dos Negros, em Batalha.
O programa visa potencializar as ações já aplicadas para estimular o agricultor familiar, como a melhoria da genética dos animais, da nutrição, da higiene na ordenha, da gestão da propriedade, o trabalho em conjunto e a abertura de mercado.
“Cajá dos Negros foi escolhida para o lançamento tanto por estar no centro da Bacia Leiteira quanto por ter um nível de organização elevado”, explicou o secretário de Estado da Agricultura, Jorge Dantas. Além de ser um assentamento do Programa Nacional de Crédito Fundiário, o local é uma comunidade quilombola certificada oficialmente pelo governo federal.
Para o presidente da Associação da Comunidade Cajá dos Negros, Cícero Leite da Silva, é muito importante ter sido escolhido para sediar o lançamento do programa. “Nós queremos crescer, e sobreviver da nossa atividade”, revela o agricultor, que narra com entusiasmo a aquisição de sete cabeças de gado por cada família do local por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), há cerca de seis meses.
Durante o lançamento do Alagoas Mais Leite, que dispõe de R$ 8,6 milhões do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), cada uma das 15 famílias de agricultores recebeu um kit de ordenha higiênica e uma máquina forrageira, utilizada para preparar o alimento dos animais, além de um botijão de nitrogênio comunitário para conservação de sêmen bovino.
De acordo com o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Seagri, Edson Maruta, nesta primeira fase serão criados 25 módulos de pequenos produtores de leite. Cada módulo receberá, além do botijão, dos kits de ordenha e das forrageiras, um kit de análise rápida do leite, um módulo experimental de palma e outro de sorgo, um caminhão tanque para transporte e um tanque de resfriamento. “Esse tanque vai permitir a conservação do produto e dar condições para que os agricultores possam vender o leite ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)”, revelou Maruta.
Todos os dias o PAA, hoje incorporado ao Alagoas Mais Leite, distribui 53,5 mil litros de leite adquiridos de pequenos produtores a famílias em situação de vulnerabilidade social. “Atualmente eles vendem o produto no mercado por R$ 0,62 cada litro, mas no Alagoas Mais Leite o Estado compra por R$ 0,76, e isso faz uma grande diferença para esses fornecedores”, argumentou o secretário Jorge Dantas, que citou o empenho do governador Teotonio Vilela para conseguir o aumento no valor pago pelo leite.
Metodologia será voltada para gestão e manejo — Engenheiro agrônomo e articulador da cadeia produtiva do leite, Renato Carvalho Filho esclarece que os agricultores não apenas os equipamentos, eles também são capacitados para usá-los e terão assistência técnica específica. “Todo o acompanhamento é nos moldes do Balde Cheio, uma metodologia desenvolvida pela Embrapa e que é usada em vários lugares do país”, pontuou.
“O Alagoas Mais Leite vai trabalhar com esse tipo de assistência e focar na gestão da propriedade rural, manejo do rebanho e a intensificação da atividade”, completou Renato Carvalho.
Muitas das ações que estruturam o Programa Alagoas Mais Leite já são aplicadas há alguns anos pela Seagri, como a realização de cursos de inseminação artificial, que capacitam os próprios produtores na realização do manejo; o estímulo à produção de palma pelo método do superadensamento, a exemplo do campo experimental do Parque de Exposições de Batalha, por meio do Projeto Alagoas com a Palma na Mão; a produção de sorgo do tipo SF-15 para alimentação de bovinos, também em campos experimentais; o credenciamento de cinco associações de pequenos produtores de leite, que fornecem diariamente o produto ao Alagoas Mais Leite.
