O desespero dos pais de Anderson Silva Tavares, de apenas sete anos, chegou ao fim no início da tarde desta segunda-feira, dia 25, após três dias de mobilização na tentativa de encontrá-lo depois que ele seguiu – espontaneamente – um suposto flanelinha conhecido apenas como Jailson.
Anderson foi encontrado por policiais ainda na noite de ontem, 24, em um canavial da cidade de Rio Largo – distante 28 quilômetros de Maceió – e no início da tarde de hoje reencontrou o padrasto José Lucas da Silva e a mãe Luciana da Silva.
José Lucas conversou com a reportagem do Alagoas 24 Horas e informou que o menor estava bem, apenas abatido e com fome, devido ao tempo que ficou ao relento. Anderson chegou a dizer aos pais que Jailson o ameaçou o tempo inteiro com um facão para que ele não fugisse.
O menor disse ainda que estava há dois dias no canavial e que foi obrigado a catar latinhas com Jailson no período em que ficou sob o poder do sequestrador. “Ele disse que no primeiro dia em que saiu com Jailson foi levado para a casa de um parente do sequestrador. Ele acha que foi a casa do pai dele e afirmou que sabe onde é o lugar. O Anderson disse ainda que nos últimos dias dormiu com Jailson no canavial e que foi deixado em um ponto de ônibus da região depois que Jailson ‘viu’ que a polícia estava procurando eles”, explicou o padrasto.
Anderson está bem e, aparentemente, não teria sofrido qualquer tipo de violência física. “Graças a Deus ele está bem e voltou para casa. Não aconteceu nada com ele, mas ele ainda está assustado porque o Jailson chegou a ameaçá-lo caso ele contasse alguma coisa para a polícia. Mas agora esperamos que a polícia encontre esse tal de Jailson para que ele pague pelo que fez”, completou José Lucas.
O caso vai ser investigado pela Delegacia de Crimes contra a Criança e o Adolescente, sob a responsabilidade da delegada Bárbara Arraes. Até o momento o acusado não foi localizado pela polícia.
Caso
Anderson Silva Tavares, conhecido como Nenê, desapareceu na noite da última sexta-feira, dia 22, da casa onde reside na Rua Gaspar Ferreira, no bairro da Ponta Verde. O menino seguiu – espontaneamente – um homem identificado apenas como Jailson, que trabalhava há cerca de duas semanas como flanelinha na Praia de Pajuçara, após receber a promessa de que ganharia uma bicicleta.
No momento do suposto sequestro, Anderson brincava com um dos irmãos mais velhos, de 11 anos, que ainda tentou alertar Nenê – como é conhecido – para não seguir o estranho. A família foi alertada para o desaparecimento duas horas depois, quando a criança não voltou para casa.
