Uma médica que atendia no Posto de Saúde do Bairro Procasa, em São José, na Grande Florianópolis, pediu demissão nesta quinta-feira, após ter sido ameaçada de morte por um paciente. A profissional, que não quer se identificar, mostrou-se chocada com o episódio, ocorrido na quarta-feira. Ela afirma que "nunca mais" voltará a trabalhar no local.
A cena de terror ocorreu quando, mostrando uma arma na cintura, o paciente exigiu atendimento imediato. Ele gritou com a equipe médica e, revoltado com a espera, deu socos e pontapés na parede.
No consultório, o homem teria dito que iria "estourar os miolos" de quem não o obedecesse. A ação durou pouco mais de 20 minutos, mas foi traumatizante para quem a presenciou.
A Polícia Militar (PM) não encontrou o suspeito e, como nenhum registro foi feito na Polícia Civil, não haverá investigação, ao menos por enquanto. A PM informou que o paciente descrito pelas testemunhas poderia ser um homem já conhecido, que cumpre pena em regime condicional.
Secretaria lava as mãos
A Secretaria Municipal de Saúde informou que os atendimentos de urgência serão feitos em outras unidades. A secretária adjunta, Malu Mendonça, afirma que este não foi o primeiro caso de ameaça contra um médico na rede pública.
— A polícia faz ronda, mas não fica em tempo integral. Ficamos à mercê da violência. A médica não registrou Boletim de Ocorrência e nós também não vamos fazer, porque não é um procedimento da secretaria. Foi apavorante — diz.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina, Ciro Soncini, explica que a instituição vai entrar em contato com a médica para tomar providências judiciais.
Por telefone, a médica falou à reportagem do jornal Hora de Santa Catarina. Ela disse que em 26 anos de profissão nunca foi tão humilhada e reclamou da falta de segurança.
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