Os funcionários da Superintendência da Polícia Federal de Alagoas paralisaram suas atividades na tarde desta quarta-feira, 24, em protesto contra as condições de trabalho na sede da PF em Maceió. Segundo eles, o sistema central de ar-condicionado do prédio está quebrado há mais de seis meses e a superintendência da PF até agora não resolveu o problema.
"Decidimos paralisar nossas atividades todas as tardes, a partir desta quarta-feira, por tempo indeterminado, até que a superintendência ofereça aos funcionários da PF de Alagoas condições dignas de trabalho", afirmou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Alagoas (Sinpofal), Jorge Venerando.
Segundo ele, o problema foi denunciado ao Ministério Público do Trabalho em Alagoas, que realizou uma audiência no dia 13 de março com representantes do Sindicato e o superintendente, Amaro Vieira Ferreira, para discutir o problema, mas não houve acordo.
"Apresentamos várias propostas para reduzir o impacto do calor dentro do prédio, principalmente na parte da tarde, como a redução da jornada de trabalho ou a remoção dos colegas para salas onde foram instalados ar-condicionados do tipo splits, mas o superintendente não aceitou. Por isso, decidimos pela paralisação todas as tardes", explicou Venerando.
De acordo com o sindicalista, a superintendência da PF em Alagoas já gastou cerca de R$ 281 mil com o conserto do sistema central de refrigeração, com a aquisição de 19 aparelhos de ar do tipo splits e com 20 ventiladores, mas o problema persiste.
"O que revoltou ainda mais os funcionários, agentes, peritos e papiloscopistas foi o fato do superintendente ter instalados os aparelhos de ar splits somente nas salas das chefias e no auditório, deixando no calor setores importantes e de atendimento ao público, como a sala de expedição de passaportes", relatou Jorge Venerando.
O sindicalista adiantou ainda que a categoria aprovou em assembléia geral a realização de um plebiscito para avaliar a gestão do superintendente e promover um abaixo-assinado solicitando à direção-geral da Polícia Federal a exoneração do delegado Amaro Vieira Ferreira.
"A categoria está disposta a pedir a saída dele porque ele está realizando uma administração pífia e intimidando os servidores", afirmou Venerando, acrescentando que vários colegas já estão apresentando problemas de saúde por causa do calor insuportável no prédio da PF.
"Além disso, o público também ter reclamado do desconforto que esse calor dentro do prédio, mas a chefia da PF tem se mostrado insensível ao problema e age com arrogância, com prepotência toda vez que o Sindicato toca nesse assunto", argumentou o sindicalista.
Outro lado
O superintendente Amaro Vieira foi procurado para ser ouvido acerca do problema, mas ele não foi localizado na sede da PF. A assessoria da PF em Alagoas informou que ele tinha viajado a Brasília, onde participaria de uma reunião com superintendentes da PF de outros Estados.
Em entrevista à imprensa, antes de viajar, Amaro Vieira disse que pediu ao Sindicato um tempo até o dia 31 de março de 2010 para resolver o problema da central de ar. Ele argumentou que foi esse o prazo dado pela empresa responsável pelo conserto, mas se o Sindicato não respeitasse esse prazo quem entrasse em greve poderia responder um processo disciplinar.