Detran: sindicalistas negam envolvimento em desvios

Sionelly Leite/Alagoas24horas/ArquivoAbílio Gomes, diretor do Sindicato dos Servidores do Detran

Abílio Gomes, diretor do Sindicato dos Servidores do Detran

A nova direção do Departamento de Trânsito do Estado de Alagoas (Detran/AL) e o sindicato dos trabalhadores do órgão partem para um novo confronto. A relação entre os representantes da categoria e a direção é tensa deste a gestão do desembargador aposentado Antônio Sapucaia. Foram muitas as denúncias e trocas de acusações entre os sindicalistas e Sapucaia.

Agora, com a mudança de direção – segundo o presidente do Sindicato, Abílio Gomes – o conflito continua, porque o diretor Luís Augusto Lúcio de Melo se nega a receber os sindicalistas e ainda encaminhou processos contra quatro membros do sindicato para uma Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar, criada pelo próprio Melo.

Os processos administrativos – como já havia noticiado pelo Alagoas24Horas – dizem respeito a irregularidades que vão desde a não devolução de diárias até fatos mais graves. “Colocaram nossos nomes como se estivéssemos envolvidos em desvios de R$ 800 mil. É uma forma de desacreditar o sindicato. O atual diretor segue a mesma política do anterior Antônio Sapucaia, de forma inábil e com a intenção de criminalizar um movimento social”, destacou.

Segundo Abílio Gomes, os sindicalistas – além dele, Léo Moises, Francisco de Assis e Roberto Pereira – tiveram os processos administrativos abertos como forma de perseguição no final da gestão de Sapucaia, por conta da relação tensa com o ex-diretor. “Não há desvio de nada. Estamos respondendo a processo porque o Sapucaia alega que fraudamos o “dossiê assembleinha” que denunciava as irregularidades cometidas no Detran à Polícia Federal e ao Ministério Público Estadual”.

De acordo com Roberto Pereira, o “dossiê assembleinha” – como ficou conhecido nos bastidores da imprensa – nada mais é do que um levantamento de irregularidades feitas em gestões passadas, anterior a Antônio Sapucaia. Este levantamento foi feito pelo próprio ex-diretor, quando assumiu o órgão e uma cópia foi entregue ao sindicato. “O que houve depois foi uma operação abafa, porque algumas irregularidades são da gestão do atual governador”, frisou.

“Não estamos envolvido em desvio algum”, colocou. Abílio Gomes coloca ainda que os 22 processos administrativos abertos contra servidores e ex-servidores são de questões distintas. “Há gente de bem no meio daquelas pessoas. Querem fazer isso e dar a entender que há uma irregularidade e culpar assim o sindicato”, frisou. “A perseguição continua em relação ao sindicato. O novo diretor tem agido de forma truculenta e se recusa a nos receber. Pedimos uma reunião no primeiro dia. Ele disse que faria uma consulta jurídica para saber se existirmos ou não”.

De acordo com Abílio Gomes, a pergunta que deve ser feita é “por que o atual diretor coloca os sindicalistas em processos, quando foi o Sindicato dos Trabalhadores do Detran que denunciou à PF e ao MP as irregularidades que aconteciam lá?”. O sindicato cobra ainda a apuração dos pontos levantados pelo laudo feito na gestão de Sapucaia que constata as verdadeiras irregularidades no Detran.

“Há irregularidades e elas devem ser apuradas, mas não fazemos parte delas. Querem dizer que só há irregularidade na gestão anterior e é mentira. Parte destas pessoas que são citadas em processos foram nomeados no governo do Teotonio Vilela Filho”, finalizou o sindicalista. “Essa denúncia infundada está prejudicando as nossas vidas. Eu ando pelos cantos e fica todo mundo perguntando pelos R$ 800 mil. É uma mentira. Nunca desviamos nada. Colocaram todo mundo, propositadamente, dentro de um mesmo bolo e não fizeram as diferenças. Os nossos processos nasceram nos últimos dias de Sapucaia e ele alega uma mentira, pois não mudamos o laudo que entregamos à Polícia Federal e ao MP”, diz Léo Moisés.

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