Empregos: sazonalidade leva à taxa negativa

A divulgação dos dados do Ministério do Trabalho sobre a geração de emprego no País surpreende novamente com a geração de cerca de 300 mil vagas com carteira assinada em maio deste ano, resultando em 1.260 milhões de postos de trabalhos nos cinco primeiros meses do ano. Em Alagoas, a geração de emprego alcançou uma taxa de crescimento de 0,45% em relação ao mesmo mês de 2009. No entanto, do início deste ano até maio, a taxa de geração é negativa em 11,68%, em decorrência das particularidades da sazonalidade da economia do Estado.

Por outro lado, em Alagoas, no somatório dos 12 meses, de maio de 2009 a maio de 2010, a taxa de crescimento na geração de postos de trabalho alcança 4,64%, a metade da verificada para a região Nordeste e menos de dois terços da brasileira. Este desempenho situa a economia alagoana como o quinto pior resultado de todas as unidades da federação.

Segundo o professor e consultor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL), Fábio Guedes, esses resultados gerais admitem a baixa capacidade de geração de empregos no Estado em comparação com outras economias regionais.

Para Guedes, a questão estrutural da dependência do setor sulcroalcooleiro é fator preponderante nos resultados. Ele acrescenta que a disposição das políticas que incentivam a industrialização no Estado não estão surtindo efeitos concretos.

Em termos desagregados, Alagoas teve um saldo de 1.196 postos de trabalho em maio de 2010, com 87% desse resultado concentrado em Maceió. Para todo o Estado, em 12 meses o resultado foi de 11.870 postos de trabalho abertos, com Maceió se apropriando de 91% do total. “Isso denota a extrema concentração no Estado da dinâmica econômica de crescimento e a marginalização das cidades circunvizinhas e do interior em termos de geração de emprego”, explicou. Arapiraca só conseguiu alcançar 1.210 postos de trabalho como saldo nos últimos 12 meses até maio do corrente ano.

Por subsetor, continua excelente o desempenho da construção civil, que apresentou uma taxa de crescimento de 43,6% na geração de postos de trabalho, no período de 12 meses. Em seguida, aparece comércio e serviços com um crescimento de 8,43% e a atividade extrativa mineral com 5,40%. Os serviços industriais e de utilidade pública, a administração pública e a indústria de transformação e apresentaram, para o mesmo período de análise, taxas negativas de -3,71%, -0,91% e -0,57%, respectivamente.

Segundo Guedes, é provável que a geração de emprego continue dinâmica em todo o país. Entre alguns fatores responsáveis pelo bom momento que a estrutura produtiva nacional vem passando do ponto de vista do emprego e da renda estão: estabilidade de preços, baixo nível da dívida externa e elevado estoque de moedas estrangeiras, grande impulso exportador, principalmente do setor de commodities agrícolas e industriais, causado pelos bons preços internacionais dos produtos.

Outros fatores ainda é a dívida pública interna sobre controle e com tendência e diminuir em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), aumento do crédito à pessoa física e jurídica, aumentos sucessivos e acima da inflação do salário mínimo, a ampliação dos programas de assistência social e transferências de renda e da infraestrutura, principalmente, rodoviárias em vários estados nordestinos.

Guedes acrescenta que o bom desempenho da economia brasileira tem tido reflexos em todas as regiões do país. O último boletim Focus do Banco Central do Brasil, que analisa as projeções do mercado, confirma a tendência de um crescimento do PIB de cerca de 7% para este ano, com inflação medida pelo IPCA variando em torno de 5,5%.

Fonte: Fabiana Silva/Ascom Fecomércio

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos