Foragido do presídio volta a sequestrar e é preso pela PC

Flávia Duarte/Alagoas24horas

Delegado-geral adjunto José Edson de Freitas Junior

Um mês após fugir do Presídio Baldomero Cavalcanti, o já condenado por sequestro Luiz Ribeiro de Souza, conhecido pela alcunha de Coroa, de 36 anos, voltou a cometer o crime que – segundo a Polícia Civil de Alagoas – seria sua especialidade e foi preso no último sábado, dia 17, durante uma operação da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic).

O acusado assumiu participação no sequestro de um comerciante – identificado apenas como Vicente – em Marechal Deodoro, realizado no dia 8 de junho, um mês após conseguir fugir do Presídio Baldomero Cavalcanti, e disse que teria recebido uma ‘mixaria’ pelo sequestro. O valor pago pelo resgate teria sido de R$ 3 mil para ser divido, segundo ele, com outro companheiro de crime.

Coroa é condenado a 36 anos de prisão pelo sequestro do servidor público Alberto Menezes Leite, ocorrido em 2007. Com o crime, Luiz Ribeiro e sua quadrilha conseguiram a quantia de R$ 20 mil como resgate. A vítima foi espancada diversas vezes durante os três dias em que ficou como refém.

Durante apresentação de presos na sede da Polícia Civil de Alagoas, em Jacarecica, Coroa atribui sua ficha criminal à injustiça sofrida ao ser condenado a mais de dez anos de prisão pela morte de um jovem, crime ocorrido em 1999. “Minha vida se acabou depois dessa condenação. Eu me sinto injustiçado, pois matei foi um maloqueiro… Fiz um favor à sociedade”, justifica.

Luiz disse ainda que desde que foi condenado pelo homicídio não conseguia mais emprego, antes ele trabalhava como pedreiro. “Ninguém dá emprego a ex-presidiário e foragido principalmente. Tive que sequestrar para conseguir dinheiro”, completou.

Questionado quanto à sua participação em assaltos junto com seu suposto comparsa Edinildo Silva Santos, o Cabeludo, – entre eles o assalto à pousada Bora Pirá, em Porto de Pedras – Luiz Ribeiro negou. “Nunca me envolvi em 157 [crime de roubo]”, disse.

Segundo delegado-geral adjunto da PC, José Edson de Freitas, Luiz estava sendo investigado pelo delegado Amorim Terceiro após o sequestro do comerciante de Marechal. Ele foi preso no Trevo do Pólo em companhia de Paulo Ambrósio (conhecido como Coração), de 26 anos. Eles estavam em um veículo Siena, sem queixa de roubo. Com os dois a polícia apreendeu um revólver calibre 38.

Também foragido

Ainda durante a coletiva, Coração afirmou que teria fugido do Baldomero junto com Coroa. A fuga foi registrada no dia 10 de maio.

À Polícia Civil, o preso se identificou como Paulo Ambrósio, mas no dia de sua fuga, o nome utilizado era Williames Alves do Nascimento – identidade divulgada pela assessoria da Intendência Penitenciária.

A polícia vai investigar agora qual a verdadeira identidade do acusado de porte ilegal de arma de fogo. Coração negou a participação no sequestro do comerciante em Marechal.

Segundo o delegado, os dois deverão retornar ao sistema prisional nos próximos dias.