Vereadores ‘atacam’ segurança pública do Estado

Após a suspensão de várias sessões por falta de quórum, todos os 21 vereadores compareceram à sessão ordinária desta terça-feira, 3 de agosto, na Câmara de Vereadores de Maceió. Apenas Luiz Pedro (PMN) – que está foragido da Justiça e de licença médica – não compareceu ao plenário. No lugar de Luiz Pedro, está o vereador Berg Holanda (PMN).

Na ordem do dia, vários questionamentos quanto à política de segurança pública do Governo Teotonio Vilela Filho (PSDB). Os questionamentos mais fortes ficaram pro conta do vereador e candidato a vice-governador, na chapa de Fernando Collor de Mello (PTB), Galba Novaes (PRB), que citou a falta de segurança na região do Tabuleiro do Martins, seu reduto eleitoral, como exemplo da ineficiência do Estado no combate aos índices de violência.

Novaes colocou ainda que há também descaso com a Educação. Como exemplo, citou a situação da Escola Salete Gusmão, que segundo ele é uma “excelente estrutura, mas abandonada pelo poder público”. O discurso de Novaes mostrou sintonia com o discurso de campanha de Fernando Collor de Mello, que vem insistindo nas críticas ao setor da segurança pública.

Galba Novaes – entretanto – mostrou alguma cautela, se referindo a o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), como um “homem de bem”. “Tenho maior respeito pelo governador. Ele é um homem de bem, mas que não tem feito bem à sociedade”, colocou e ainda emendou: “O governo dorme enquanto a sociedade vive em pesadelo”.

Nos bastidores, se cogitou o uso político da tribuna para beneficiar o rival de Vilela, com frases como: “dias melhores virão”. Ainda ao falar em segurança pública, o vereador disse que é comum ver pessoas circulando portando armas, “como se vivêssemos em pleno faroeste”. O edil também destacou a ineficiência do Estado no combate ao crack.

Galba avaliou que embora a maioria dos integrantes da Polícia Militar de Alagoas sejam honestos, a população passa a encarar a instituição com descrédito, devido à ineficácia das medidas adotadas. “Ninguém aguenta mais esse clima de insegurança”, desabafou em plenário.

O vereador Paulo Corintho – aliado histórico de Ronaldo Lessa (PDT) – pediu aparte e também fez duras críticas às políticas de Vilela na área da Segurança, Educação e Infraestrutura. Corintho chegou a chamar Vilela de Governador-Cascão, por não investir, segundo ele, no sistema de abastecimento de água. O termo já havia sido utilizado por Ronaldo Lessa (PDT) durante a série de sabatinas promovidas pela Fecomércio.

Outra vereadora que se mostrou preocupada com os índices de segurança foi Tereza Nelma (PSB). Nelma citou o caso da dona de casa Simone dos Santos de Souza, 23, que morreu após ser agredida pelo ex-companheiro com um botijão de gás de cozinha.

Nelma cobrou a mudança no horário de funcionamento das Delegacias de Defesa do Direito da Mulher, que cumprem horário comercial. Segundo Nelma, as delegacias deveriam funcionam nos fins de semana, uma vez que a maioria das ocorrências se dá no fim de semana, segundo estatísticas oficiais. Ainda de acordo com a vereadora, as mulheres vítimas de violência estão desassistidas em Alagoas.

Heloísa Helena

A vereadora do PSOL e candidata ao Senado Federal, Heloísa Helena, também fez o uso da tribuna para falar dos índices da violência e dos homicídios associados ao tráfico de drogas. Porém, foi mais além em suas críticas, responsabilizando o governo Federal, em relação ao problema.

“É farsa ou desonestidade intelectual responsabilizar um único governo por isto. Há ausência de políticas sociais nos últimos dez ou 15 anos. Não podemos patrocinar a desonestidade intelectual”, colocou. De acordo com ela, o combate ao tráfico precisa de políticas direcionadas encampadas pelo Governo Federal.

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