Ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, voltou a Alagoas
Acompanhada por 21 representantes de oito órgãos do governo federal, a ministra do Desenvolvimento Social, Márcia Lopes, visitou o acampamento provisório para as vítimas das chuvas em Branquinha, nesta quarta-feira (18). De acordo com a ministra, o governo federal garantiu a destinação de R$ 750 milhões para a reconstrução das cidades alagoanas destruídas pela enchente de junho.
Recursos na ordem de R$ 272 milhões já foram transferidos para Alagoas. É a segunda vez que o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) vem ver de perto a situação do Estado. Da primeira vez, porém, o volume de água impediu a equipe de sair do helicóptero.
“Não vamos parar de trabalhar um só minuto em Brasília e viremos aqui quantas vezes forem necessárias. A orientação do governo federal é que trabalhemos para que essa gente tenha sua infraestrutura de volta”, garantiu a ministra.
O coordenador do Programa da Reconstrução, Luiz Otávio Gomes, e a prefeita da cidade, Renata Moraes, guiaram a comitiva pelos locais onde serão erguidos os novos prédios públicos da cidade, na região conhecida como Campo Verde. Além da ministra, vieram a Alagoas representantes da Controladoria Geral da União (CGU), das secretarias nacionais de Segurança Alimentar e Nutricional, Defesa Civil, Direitos Humanos e Assuntos Institucionais, bem como dos ministérios da Educação (MEC) e Saúde (MS).
No acampamento, para onde 127 famílias estão sendo transferidas desde terça-feira (17), a ministra conheceu a estrutura das barracas e o funcionamento dos serviço comunitários. “Todos os órgãos envolvidos estão cumprindo suas funções para que a população tenha a garantia dos seus direitos”, ressaltou Márcia Lopes.
Enquanto aguarda a construção das duas cozinhas comunitárias que atenderão às famílias abrigadas, a prefeitura montou uma cozinha provisória onde estão sendo produzidas as refeições da manhã e da noite, desde a última terça-feira (17). “O governo do Estado está dando os almoços e nós nos responsabilizamos pelo café da manhã e jantar”, explicou a prefeita.
O secretário Luiz Otávio Gomes lembrou à população que o momento é de esperança. “O que vemos hoje, em Branquinha, é prova da disposição do Estado, da prefeitura e do governo federal em proporcionar toda a infraestrutura e o apoio psicossocial a essas pessoas”.
No dia em que se completam dois meses da tragédia, a chuva foi recebida de outra forma. “Hoje está chovendo, mas não para destruir. Chove para se plantar uma nova cidade”, disse a prefeita. A ministra deu um recado às famílias: “Fiquem firmes e motivados refazendo a sua própria vida. Eu volto para ver tudo isso construído”.
Cozinhas comunitárias
– O acampamento provisório terá, dentro de 25 dias, duas cozinhas comunitárias com capacidade de produção de 1.341 refeições diárias. A equipe da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan) visitou o terreno onde serão construídos os equipamentos, com cerca de R$ 200 mil em verbas do MDS.
Em cada uma das cozinhas trabalharão 10 pessoas da própria comunidade, com acompanhamento nutricional de um profissional. Somente em ações de segurança alimentar, o MDS está investindo quase R$ 8 milhões. No futuro, as 33 cozinhas comunitárias que serão instaladas nos 19 municípios afetados pelas chuvas serão reaproveitadas pelas próprias cidades.
O secretário da Sesan, Crispim Moreira, disse que pretende, junto ao governo estadual, agilizar a implantação das cozinhas para “abreviar o sofrimento e oferecer mais bem-estar a essas pessoas”. Crispim avaliou o trabalho feito pelo Estado como execelente. “Tanto o Estado como a prefeitura de Branquinha têm muita capacidade de resposta aos problemas. Estou confortado por ver que o poder público está trabalhando pela qualidade de vida dessa gente”, elogiou.
Áreas devastadas
Luiz Otávio Gomes e a prefeita Renata Moraes levaram a comitiva para conhecer as áreas que foram completamente devastadas. No local, planeja-se a construção de espaços públicos de lazer para evitar a reconstrução de habitações no local. O representante do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Cristiano Zinato, anunciou que o governo aprovou a idéia de construção de um parque fluvial na área.
“São parques reflorestados, com trilhas ecológicas, espaços esportivos e um centro de educação ambiental. No caso de uma catástrofe natural, não teríamos um grande prejuízo financeiro e humano”, explicou Zinato.
