Endividamento dos consumidores de Maceió aumenta em 9%

A pesquisa sobre o nível de endividamento dos consumidores de Maceió, referente ao mês outubro de 2010, aponta que 71,6% dos consumidores têm algum tipo de dívida. Ou seja, um aumento no endividamento de 9%, em relação ao mês anterior. A pesquisa é elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL), em parceria com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

Em setembro, o índice de endividamento do consumidor de Maceió correspondia a 65,5%. Para o consultor da Fecomércio/AL e professor de Economia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Fábio Guedes, esse crescimento é resultado do acesso mais rápido e fácil a várias modalidades de crédito. “Isso de certa maneira tem injetado mais liquidez no mercado e contribuído com a expansão do consumo”, explica.

De acordo com Fábio, o elevado índice de endividamento não significa que os consumidores de Maceió deixaram de assumir seus compromissos. “Muito pelo contrário, a expansão do emprego e da renda no País, em especial na região Nordeste, tem propiciado uma situação muito favorável para os consumidores negociarem suas dívidas”, destaca.

Conforme a pesquisa, apenas 34% dos consumidores tem contas atrasadas e 3,6% dos consumidores estão inadimplentes. Este é o segundo menor percentual do ano. Por isso, os dados não devem preocupar os empresários do comércio de Maceió, pois para os padrões internacionais ainda são baixos e o comprometimento da renda dos consumidores com dívidas alcança em média 30%. Este percentual está muito abaixo dos níveis verificados, por exemplo, nos Estados Unidos e países da Europa Central.

ALIMENTAÇÃO – O perfil do endividamento dos consumidores apontado pela pesquisa ressalta que a maior parcela das dívidas contraídas se encontra com as compras de alimentos (35,3%), aquisição de imóveis (23,4%) e automóveis (16,1%). “É por isso que o cartão de crédito é o meio de pagamentos mais utilizado atualmente pelos consumidores maceioenses”, afirma.

O consultor econômico da Fecomércio ressalta ainda que o cartão de crédito é o maior “vilão” das dívidas contraídas (57%), seguido dos empréstimos pessoais (14,8) e financiamentos imobiliários e mobiliários (13,7%).Fábio alerta que os consumidores devem ser cautelosos com relação às dívidas assumidas com as operadoras de cartões de crédito, que praticam juros e taxas muito acima dos níveis médios de mercado. “O financiamento dessas dívidas é de muito curto prazo, não permitindo muito fôlego para que os consumidores possam ter muita capacidade de se livrar dos altos custos desse tipo de endividamento”, comenta.

DESCONTROLE – Outro dado relevante da pesquisa é que para 52,2% dos consumidores de Maceió, a falta de controle financeiro é a principal causa do nível elevado de contração de dívidas. Em seguida, o surgimento de gastos inesperados (22,3%).

O consultor econômico da Fecomércio analisa que a falta de controle financeiro pode está relacionada a alguns aspectos como, o elevado nível de confiança na situação econômica atual. “Isso desperta a falta de atenção no orçamento familiar e também a possível ausência de métodos de controle e educação em economia doméstica”, observa.

Mais de 70% das dívidas contraídas pelos consumidores de Maceió chega até R$ 1.500,00. A maioria dos consumidores tem comprometimento da renda familiar mensal com dívidas entre três meses a um ano. Para Fábio, isso tem duas implicações. “O perfil do endividamento do maceioense é em curto prazo e como boa parte da taxa de endividamento é de até R$ 1.500,00, resulta em implicações em termos de custos financeiros adicionais, tais como: pagamentos de mais juros, pois a maior parte das dívidas é com cartões de credito que, em média, cobram juros de mais de 160% por ano no País”, afirma.
A pesquisa mais detalhada, inclusive com tabelas e gráficos, está na página da Fecomércio [www.fecomercio-al.com.br], no hotsite do IFEPD (Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas e Desenvolvimento).

Fonte: Fabiana Silva/Fecomércio

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