Meningite: familiares de criança morta fazem tratamento

Depois de constatar, por meio de exame realizado no Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL), que uma criança de Palmeira dos Índios morreu vítima de Meningite B, técnicos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realizaram a quimioprofilaxia dos familiares que mantiveram contato com ela. Por meio de antibióticos, cujo poder de eficácia chega a 95%, ocorre a inibição da bactéria Neisseria Meningitidisse, que deixa de se manifestar e fazer novas vítimas.

A superintendente de Vigilância em Saúde, Sandra Canuto, salienta que o caso registrado é isolado e que não há um surto da doença no Estado. “Nossa ação ocorreu de forma preventiva, já que o único hospedeiro da bactéria que causa a Meningite B é o homem. Como ela é transmitida de uma pessoa para outra, por meio de secreção respiratória, realizamos a profilaxia para que a doença não se manifeste e atinja outras pessoas”, explicou.

Quanto à vítima, Sandra Canuto informou que trata-se de uma criança de 12 anos, que segundo os familiares sentiu os primeiros sintomas da doença no dia 14 de outubro. Cinco dias depois, ela foi levada para o Hospital Regional Santa Rita, onde foi medicada e liberada, mas os sintomas não desapareceram. Na última quarta-feira (20), quando estava sendo transportada para o Hospital Escola Hélvio Auto, em Maceió, entrou em óbito durante o trajeto.

De acordo com o Relatório de Óbito emitido pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), o corpo foi enviado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO). No local foi coletado material biológico da criança e remetido para o Lacen, que realizou o exame LCR e constatou que a vítima morreu por Meningite Meningocócica B.

A doença – A doença meningocócica é uma infecção bacteriana aguda, rapidamente fatal, causada pela Neisseria Meningitidis. Esta bactéria pode causar inflamação nas membranas que revestem o sistema nervoso central e infecção generalizada. É uma doença de evolução rápida e com alta letalidade, que varia de 7 até 70%, mesmo em países com assistência médica adequada, a meningococcemia pode ter uma letalidade de até 40%.

A Meningite Meningocócica tem início abrupto e evolução rápida, podendo levar ao óbito em menos de 24 a 48 horas. As manifestações iniciais da Meningite são: febre alta, prostração, dor de cabeça, vômitos, aparecimento na pele de pequenas manchas violáceas (petéquias), dor e dificuldade na movimentação do pescoço.

O tratamento deve ocorrer logo depois que há suspeita clínica, já que cerca de 5 a 10% dos indivíduos evoluem para óbito apesar do tratamento, que é feito com antibióticos por via endovenosa e medidas de suporte, a exemplo de hidratação. Das pessoas que sobrevivem, 9 a 11% ficam com algum tipo de sequela permanente, como surdez, paralisias, convulsões, amputação de extremidades.

Prevenção – Para evitar que os alagoanos possam ser vítimas da Meningite C a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) passou a disponibilizar vacina para os 102 municípios. A distribuição foi iniciada no dia 08 deste mês e desde o dia 18 já está disponível em todos os postos de saúde, de acordo com a gerente do Núcleo do Programa de Imunizações, Denise Castro.

Com isso, a imunização passa a fazer parte do calendário permanente das crianças menores de 2 anos, já que anteriormente a vacina contra a doença só era encontrada em clínicas particulares. No entanto, o Ministério da Saúde conseguiu transferência de tecnologia para o Brasil e resolveu incluir a vacina no grupo das que são oferecidas à população nos postos de saúde da rede pública.

Fonte: Ascom Sesau

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