Moradores de rua: ‘Matadores estão a serviço do tráfico’, diz deputado

Vanessa Alencar/Alagoas24horasDeputados compareceram à sessão

Deputados compareceram à sessão

Terminado o processo eleitoral, os deputados finalmente retomaram as atividades na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE). Na sessão realizada nesta terça-feira, 9, alguns dos 14 deputados presentes falaram sobre a violência ainda crescente no Estado e a importância de unir os poderes e firmar um pacto de paz, como pediu o deputado Gilvan Barros (PSDB) ao fazer uso da tribuna.

Barros ressaltou a importância estreitar os laços com o futuro Secretário de Defesa Social – cujo nome ainda não foi revelado pelo Governo – para criar mecanismos de combate à violência. “Espero que o novo secretário esteja mais próximo da Assembleia”.

Outro deputado que se pronunciou sobre o assunto foi Antônio Albuquerque (PTdoB). Ele disse esperar que o novo secretário não venha com “pirotecnia”.

Quando a sessão retornou – depois de um intervalo de meia hora para entendimento de lideranças – os parlamentares voltaram a debater sobre a violência. Jeferson Morais (DEM) usou a tribuna para falar sobre as mortes dos moradores de rua em Alagoas, caso que ganhou repercussão nacional.

“Essas mortes não diferem das mortes da periferia. Muitas das vítimas eram ligadas ao tráfico, seja como usuárias ou mulas. São os antigos cheira-cola que hoje são viciados em crack. Não há diferença entre o assassinato cometido no Centro ou na Ponta-Verde. Em todos os casos, os matadores estão a serviço do tráfico”, argumentou Morais.

“Acho que é um equívoco rotular esses crimes, quando o que existe é uma matança de usuários de drogas. Os crimes contra os moradores de rua não diferem dos cometidos contra usuários de drogas. Trata-se da execução sumária de dependentes químicos”, completou.

Em aparte, o deputado Judson Cabral (PT), que preside a Comissão de Direitos Humanos da ALE, discordou da argumentação de Morais e disse que, se as mortes realmente forem execuções de dependentes de drogas, Maceió irá virar uma carnificina. “Eu não tenho tanta convicção que o envolvimento com drogas é a motivação para esses crimes”, disse o parlamentar, cobrando agilidade na conclusão dos inquéritos.

Cabral também informou que o secretário nacional de Direitos Humanos, Ivair Augusto, esteve em Maceió reunido com o prefeito Cícero Almeida e com representantes de secretarias e órgãos ligados aos direitos humanos para discutir a criação de um comitê de defesa dos moradores de rua de Maceió.

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