Paulinho da Força e a presidente Dilma Rousseff
Uma paralisação nacional de policiais está sendo planejada para o início do governo da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), segundo informações dos líderes da base aliada no Palácio do Planalto. Nesta quarta-feira, 17, o líder do PDT na Câmara dos Deputados , Paulinho da Força, disse que a paralisação é uma resposta ao fato de o governo protelar a votação da PEC 300, que institui o piso salarial de policiais e bombeiros.
A equipe econômica do governo já deixou claro que não aceitará projetos que impliquem em aumento de gastos. "Nós precisamos encontrar uma solução para a PEC 300, não é simplesmente enrolar o pessoal, que acho que não dá mais para enrolar. Eles estão organizando uma paralisação logo no início do governo Dilma, nacional, e não vai ser pequena. E uma greve da polícia a nível nacional não é fácil", disse Paulinho.
A reunião do conselho político, que geralmente acontece a portas fechadas, teve o áudio liberado durante 30 minutos no comitê de imprensa do Palácio do Planalto.
A assessoria de comunicação da Associação dos Cabos e Soldados da PM, que tem acompanhado as negociações da PEC 300, afirma que a Comissão Nacional em favor da PEC 300 ainda não informou sobre a paralisação do início do próximo ano. No dia 22 de novembro, representantes das associações de militares de Alagoas irão a Brasília para mais um ato pela aprovação da PEC.
No início do mês de novembro a presidente eleita Dilma Rousseff fez um apelo ao vice-presidente eleito e presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para que a Casa não aprove a PEC 300. A presidente teme que a aprovação do piso salarial para policiais e bombeiros tenha o efeito de "‘abrir a porteira’, deflagrando onda de pressão para que sejam apreciados outros projetos multiplicadores dos gastos públicos".
Desde o pronunciamento da presidente, uma série de mobilizações estão sendo realizadas pela polícia no sentido de pressionar os deputados a aprovarem a matéria ainda este ano.
O texto-base da PEC 300 foi aprovado no último dia 6 de julho, mas falta a análise de destaque e a votação em segundo turno para que a proposta seja enviada ao Senado.
