Profissionais comemoram Dia do Extensionista Rural

Na próxima segunda-feira, dia 6 de dezembro, será comemorado em todo o Brasil o Dia do Extensionista Rural. O profissional trabalha junto dos agricultores familiares, levando orientação, capacitação e promovendo o acesso a políticas públicas.

Para celebrar a data, a Associação Brasileira das Entidades de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) criou o slogan “Por onde passa, o extensionista rural semeia o desenvolvimento sustentável”.

A reportagem conversou com alguns desses profissionais em Alagoas, que disseram como é feito esse trabalho, como é o relacionamento com os agricultores familiares, responsáveis pela produção de 70% do alimento que chega à mesa dos brasileiros e quais podem ser os resultados dessa atuação, importante tanto para quem produz quanto para quem consome. Confira.

Com 25 anos dedicados ao acompanhamento e orientação do trabalho dos extensionistas, a assistente social Rita de Cássia, que iniciou sua carreira na antiga Emater, enfatizou que hoje o profissional da extensão rural precisa ter uma visão holística do tudo o que envolve a situação do agricultor. “Esse profissional deve ser um articulador e conciliador, um bom comunicador e ter um perfil de liderança”, disse.

Rita de Cássia, que hoje ocupa o posto de superintendente de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), ressaltou também que o profissional da extensão deve saber construir e sistematizar informações e entender o valor do conhecimento das famílias do campo. Segundo ela, o agricultor familiar não é apenas receptor de informações. Ele é o protagonista da ação desses profissionais.

“A Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural [Pnater] rompeu com os paradigmas convencionais e conservadores do extensionista difusionista, aquele que só levava informação”, disse. “Existem três grandes desafios propostos pela Pnater: o imperativo socioeconômico, as bases técnicas da agroecologia e o enfoque metodológico participativo. Esses são desafios para os profissionais de extensão rural”, frisou Rita de Cássia.

Em junho deste ano, ela participou da capacitação de mais de 100 profissionais selecionados para atuar como extensionistas rurais vinculados à Seagri. Agora, aguarda a seleção de mais uma turma, desta vez com 199 profissionais de diversas áreas, para passar pelo mesmo processo de capacitação e então serem mandados ao campo.

“É uma equipe multidiscplinar para que o atendimento ao agricultor seja completo, em todas as áreas, não só na produção agrícola, no manejo de animais ou técnicas de plantio e colheita. Também prezamos o lado social”, salientou.

Enfoque social – Além da orientação sobre produção agropecuária, em Alagoas os agricultores também são acompanhados por extensionistas que prezam o lado social. Um desses profissionais é Valdenice dos Santos, que também iniciou seu trabalho na antiga Emater, há 21 anos, e hoje trabalha na Gerência Regional da Seagri em Arapiraca.

“O extensionista social mantém o foco na parte da família, na capacitação, na educação continuada, e na geração de renda”, explicou. Segundo Valdenice dos Santos, o extensionista social deve fazer um trabalho continuado, que compreende a implantação do projeto e toda sua execução.

“Esse profissional deve trabalhar de forma participativa, sempre com essa metodologia, senão, há um conflito”, disse. “Primeiro, o extensionista faz um trabalho de conhecimento da realidade daquele agricultor que ele vai atender; depois, há uma conscientização, para em seguida se implementar o projeto. É preciso ter a confiança do agricultor”, deu a dica.

Valdenice dos Santos esclareceu ainda que o extensionista social trabalha a organização da produção e citou que, na região Agreste, os principais projetos desenvolvidos são: crédito rural, com todas as linhas de financiamento do Pronaf; Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS); trabalho de incentivo ao associativismo. “Se não fizer seu trabalho com amor, a figura do extensionista não terá sucesso”, afirma.

Fonte: Agência Alagoas

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