Morro do Alemão:

Rio de Janeiro. Após as operações e as ocupações das forças de segurança em alguns morros da Capital carioca, o delegado Ronaldo Oliveira, diretor do Departamento de Polícia Especializada (DGPE), informou que as casas dos traficantes poderão ser transformadas em bases da polícia ou em escolas.

"Primeiro, vamos fazer um levantamento da situação legal dessas casas. As que tiverem registro, poderão ser as futuras bases da polícia, escolas ou creches. Isso vai depender das ações sociais que forem implantadas na comunidade", explicou o delegado.

De acordo com ele, por outro lado, o destino das casas ilegais, que não possuem registro, caberá à Prefeitura do Rio de Janeiro. No caso, a Administração Municipal decidirá se as construções serão demolidas ou aproveitadas.

Opção de lazer

Segundo comentou Oliveira, o levantamento ainda não possui data para começar. Até lá, contou, a criançada pode aproveitar. "Eles merecem. São muito sofridos", observou.

E as crianças das comunidades, por sinal, não perderam tempo! Abandonadas pelos tráfico, pelo menos dez casas com piscinas no Complexo do Alemão têm feito a alegria da garotada, nesses dias de forte calor. Com a ocupação da polícia e a fuga de bandidos, meninos e meninas da comunidade ganharam acesso às áreas de lazer e passam dia brincando de piscina em piscina.

"Vamos agora para a piscina do Pezão", disse uma menina de 7 anos, referindo-se ao chefe do tráfico local, para o restante do grupo que mergulhava na piscina de uma casa de três andares abandonada, na localidade conhecida como Coqueiral, onde os traficantes tinham vista privilegiada das favelas.

"Mas a do Pezão está cheia de cloro. Vamos na do Grandão" sugeriu um menino de 9 anos. A piscina do Grandão fica na mesma rua, onde quatro garotos já brincavam. Nem a água suja afastou a criançada. "Agora, a piscina é nossa!", festejou um dos meninos. Entre um mergulho e outro, eles falaram das vantagens do morro sem os traficantes armados.

"A melhor coisa é que não tem mais alvoroço de motos com traficantes armados. A gente não podia nem encostar sem querer neles que levava logo uma moca (cascudo)", contou um dos meninos. "Mas tinha um que dava até dinheiro para gente" retrucou outro. Ao seu lado, rapidamente, o mais falante acrescentou: "Mas ele era muito ruim. Tinha que sair da frente, se não ele passava por cima".

Ocupação

Alguns morros no Rio de Janeiro estão sendo ocupados, desde o último dia 27 de novembro. Isso porque, uma semana antes, no dia 21, os traficantes do Morro Vila Cruzeiro iniciaram os ataques na Capital. Por meio e ônibus queimados, motos e carros queimados, os traficantes espalharam medo.

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