O prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), conforme sua assessoria, não vai polemizar sobre as denúncias da “máfia do lixo”. Nos bastidores, amigos do prefeito trabalham uma versão para as denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual: um suposto ataque político para colocar o chefe do Executivo em evidência, já prevendo as eleições de 2012 ou 2014.
Em entrevista à imprensa local, o senador eleito Benedito de Lira (PP) saiu em defesa do prefeito de Maceió. Lira destaca que o interesse da imprensa por Cícero Almeida seria ainda reflexo das eleições. Sem citar nomes, o senador dá a entender que Almeida estaria sendo vítima dos inimigos feitos por conta de suas posições na disputa passada.
O próprio prefeito ainda não trata o assunto desta forma. Almeida – conforme apurou o Alagoas24Horas – tem se policiado nas declarações para não dar conotação política ao fato. De acordo com o chefe do Executivo municipal – por meio de assessoria – “agora caberá à Procuradoria Geral do Município (PGM) tratar do assunto”, coloca.
Reforçando o que já foi publicado em nota oficial, quando as denúncias da “máfia do lixo” foram feitas pela primeira vez, Almeida destaca que todos os processos estão dentro da “legalidade”. A Prefeitura Municipal busca reunir toda a documentação envolvendo a licitação para o serviço de coleta de lixo em Alagoas para “responder no campo judicial”.
De acordo com a assessoria do prefeito, Cícero Almeida entende o papel fiscalizador do Ministério Público, mas destaca que a administração municipal agiu com lisura e dentro de seu papel, que é atender os “anseios da população”. Em outras palavras, a ordem é evitar as polêmicas que possam surgir no assunto encaminhado-o para o campo político.
Para quem não lembra, a “máfia do lixo” – como vem sendo tratada nos bastidores – foi denunciada pelo promotor Marcos Rômulo do Ministério Público Estadual. Almeida é acusado de improbidade administrativa e de envolvimento direto em uma suposta fraude de licitação para beneficiar as empresas Viva e Limpel. Outras 16 pessoas são denunciadas pelo Ministério Público Estadual.
Por conta das denúncias, que envolve um contrato que teria causado R$ 200 milhões de prejuízo ao erário, o vereador Ricardo Barbosa (PSOL) tenta articular uma Comissão Especial de Investigação (CEI) contra o prefeito Cícero Almeida. Ao todo já há cinco vereadores que concordam com a instalação da comissão. Porém, com os servidores da Câmara Municipal em greve o caso não anda. Para abrir os trabalhos, Ricardo Barbosa precisaria de pelo menos mais duas assinaturas.
Os “almeidistas” dentro da Câmara Municipal de Maceió tentam sepultar a Comissão Especial de Investigação. A “máfia do lixo” vem sendo tratada como o principal escândalo a atingir a administração municipal de Almeida, que já chegou a ter uma aprovação popular de 80%.
