Uma em cada quatro mulheres foi agredida fisicamente pelo companheiro ou ex-companheiro entre setembro de 2008 e setembro de 2009. Do total de mulheres agredidas, 280 mil (25,9%) estão entre as vítimas desse tipo de agressor, constatou pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Feito com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2009, o suplemento divulgado nesta quarta-feira (15) visa a traçar um perfil sociodemográfico das vítimas de agressão no país, a partir de informações coletadas entre setembro de 2008 e o mesmo mês de 2009.
Outra constatação do levantamento é que 2% dos homens foram agredidos por companheiras ou ex-companheiras. Em 29,1% dos casos, eles foram vítimas de pessoas conhecidas. Em relação às mulheres que sofreram violência, esse percentual é mais alto: 32,4%.
Quanto ao local de ocorrência da agressão, a pesquisa não aponta exatamente onde as mulheres são mais vítimas. Porém, informa que, no caso da violência praticada por cônjuges ou ex-cônjuges, 80,5% ocorreram na própria residência, tanto entre as mulheres quanto entre os homens.
Maioria que procura Justiça resolve conflito
Uma das coordenadoras da ONG Criola Jurema Werneck, os homens se sentem no direito de tratar a mulher “como inferior, como propriedade deles”. Para ela, "apesar das conquistas femininas", o perfil das agressões mostra que a sociedade ainda tolera esse comportamento masculino.
Do total de entrevistados agredidos, a maioria foi vítima de desconhecidos (39% dos casos). O número de agressores conhecidos é de 36,2%. Em 12,2% dos casos, os companheiros foram citados, seguidos de parentes (8,1%), policiais ou seguranças particulares (4,5%).
