Presa vereadora acusada de tráfico de crianças

Juscelino Souza, da Sucursal de Vitória da Conquista

A vereadora Maria Elizabete de Abreu Rosa (PRP), 46 anos, resolveu se entregar a polícia depois de meses foragida para evitar a prisão preventiva solicitada pelo Ministério Público Estadual (MPE). Ela é acusada de aliciar mães de recém-nascidos no distrito de Vila do Café, zona rural de Encruzilhada (distante 636 km de Salvador), para intermediar adoções ilegais.

Na mesma delegacia está preso, desde 17 de junho, o vereador Gileno Alves dos Santos (PSDC). O vereador, acusado de homicídio qualificado, disparo de arma de fogo em local público e receptação de produtos roubados, foi um dos primeiros a acusar a vereadora, em abril de 2009.

Além dele, outro vereador, Roberto Virgens Moura (PT do B), em depoimento em Brasília à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre Desaparecimentos de Crianças e Adolescentes, afirmou que as famílias recebiam valores que variavam de R$ 100 a R$ 400 para doar o bebê.

A polícia não deu detalhes sobre a prisão da vereadora. A delegada substituta de Encruzilhada, Tânia Silveira, não foi localizada na cidade. Até o momento os defensores dos presos não se manifestaram, mas fontes ligadas a ambos sustentam que já tramita pedidos de habeas corpus para tentar a soltura ainda esta semana.

A prisão preventiva da vereadora foi solicitada pelo promotor da Comarca de Encruzilhada, Márcio de Oliveira Neves, e expedida pela juíza, Ádida Alves dos Santos, em maio do ano passado.

Maria Elizabete, mais conhecida em Encruzilhada como ‘Bete’, foi indiciada por aliciamento de gestantes, porém uma greve dos serventuários da Justiça prejudicou os trabalhos de intimação.

Aproveitando-se dessa brecha, Bete renunciou ao legislativo e fugiu da cidade, tomando destino ignorado. De acordo com o pedido do MPE a denúncia encontra fundamento pelo fato de a vereadora “aliciar gestantes, para que doassem os filhos assim que as crianças nascessem, sob promessa de vantagens”.

A CPI deveria realizar diligências na Bahia em 30 de junho do ano passado, mas foi adiada por três vezes e continua sem data definida para investigar denúncia de tráfico de crianças em Encruzilhada. A principal investigada pela CPI da Câmara dos Deputados é a vereadora Bete, que depois de depor na mesma CPI, em Brasília, e confirmar participação em pelo menos três casos envolvendo recém-nascidos, teve a prisão preventiva decretada.

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