Ameaça de atentado fecha escolas e apavora população de Satuba

Segundo informações, traficantes ameaçaram invadiriam a Escola Josefa Silva Costa para assassinar um estudante envolvido com o tráfico e disseram que chegariam atirando em todo mundo.

Vanessa Alencar/Alagoas24horasJardim Infantil Aristeu Lopes

Jardim Infantil Aristeu Lopes

Uma suposta carta apócrifa endereçada à Prefeitura do Município de Satuba e à direção das escolas situadas na cidade tem causado verdadeiro terror entre a população. Segundo informações que chegaram ao Alagoas24Horas, traficantes teriam afirmado que invadiriam a Escola Municipal Josefa Silva Costa para assassinar um estudante envolvido com o tráfico e que chegariam atirando em todo mundo, repetindo o atentado cometido por Wellington Menezes de Oliveira – o atirador que matou 12 crianças no ataque a uma escola de Realengo (RJ).

Em pouco tempo a informação sobre a carta se espalhou pela cidade. Na tarde de quinta-feira (14), pais de alunos foram às escolas para retirar os filhos com medo que fossem vítimas do suposto atentado. Testemunhas contam que houve tumulto e discussão entre os pais e funcionários das escolas.

O Alagoas24Horas tentou contanto o prefeito de Satuba, Cícero Ferreira da Silva, o Titor, mas foi informado que o prefeito está em Brasília. No entanto, uma pessoa ligada ao prefeito, que pediu para manter seu nome em sigilo, disse que ficaram sabendo das ameaças, mas negou que houvesse a carta. “Na prefeitura não chegou nada, nem na Secretaria de Educação. Até o momento só há o boato do suposto atentado. Acreditamos que alguém aproveitou o momento para causar alvoroço”, disse.

Perguntamos ao funcionário da Prefeitura se a carta havia sido enviada por traficantes que disputam o comando do tráfico na região, e ele afirmou que não há informações sobre o assunto.

Os funcionários confessaram, no entanto, que o prefeito já se reuniu duas vezes com a cúpula de segurança do Estado e Ministério Público para pedir providências e evitar uma tragédia no município.

Ainda segundo nossa fonte, um representante da Prefeitura procurou o 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) para pedir reforço na segurança. “Ontem a PM realizou buscas na cidade e nas escolas, mas não encontrou nada, nem pistas dos supostos traficantes. O sub-comandante do 8º BPM acredita que as ameaças estão partindo de alunos da escola”.

Ontem, quatro viaturas da PM realizaram rondas pela cidade e garantiram o dia de aula. Mas hoje (15) a determinação foi mais radical. A PM aconselhou que a Prefeitura determinasse o fechamento das secretarias e escolas até que o clima de insegurança seja sanado. Somente a Escola Estadual Professor Manuel Gentil do Vale Dente funcionou hoje, como comprovou a reportagem do Alagoas24Horas. Os portões permaneceram fechados, mas os alunos estavam em sala de aula.

Briga por comando do tráfico

Moradores da cidade entraram em contato com o Alagoas24Horas para informar que a situação de insegurança na região teve início com a morte de um indivíduo conhecido apenas como Marcelo, assassinado no dia 23 de fevereiro deste ano, dentro de uma Escola de Enfermagem, localizada na Avenida Durval de Góes Monteiro, no Tabuleiro do Martins.

Na ocasião, testemunhas contaram que Marcelo estava em uma oficina da região quando foi abordado pelos algozes. Ele saiu correndo e buscou refúgio dentro da escola, mas os criminosos o seguiram e o executaram na instituição.
Marcelo comandava o tráfico de drogas em Satuba, numa localidade conhecida como Nova Esperança. Desde a sua morte há uma disputa pelo comando do tráfico na região.

O crime mais recente envolvendo vítimas dessa disputa ocorreu ontem. Um adolescente de 16 anos identificado como Jardel Ferreira dos Santos, foi executado, no final da tarde com vários tiros de revólver e pelo menos 13 golpes de faca. O adolescente, que é ex-aluno da escola Josefa Silva Costa, é acusado por moradores de compor uma quadrilha de seis integrantes que espalham terror no município.

Outro crime foi registrado na escola na quarta-feira passada (13). Um pedreiro que trabalhava na reforma da escola foi morto a tiros em plena luz do dia, no momento em que estava realizando serviços na fachada da escola.

Delegacia

O chefe de serviço da Delegacia do 14º Distrito Policial de Satuba, Caetano, disse que não tinham conhecimento do fechamento das repartições públicas e escolas e que não receberam denúncias sobre a atuação dos traficantes. Ele confirmou que Marcelo era traficante da região, mas afirma que sua morte não teve repercussão.

O chefe disse que ficou sabendo do boato da carta, mas nada foi provado.
O Alagoas24Horas tentou falar com o sub-comandante do 8º BPM, major Evilásio, mas ele não atendeu às ligações.

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