Para IML, corpo de servente de pedreiro não sumiu do instituto

Pai do servente de pedreiro Carlos Roberto Santos, assassinado em agosto de 2004, o funcionário público Sebastião dos Santos promove uma guerra para colocar o vereador Luiz Pedro (PMN) e os autores materiais do crime na cadeia. O servente foi morto por integrantes de uma suposta milícia.

Em abril do ano passado, três desembargadores do Tribunal de Justiça de Alagoas entenderam que Luiz Pedro deveria ser preso e ir a júri popular.

Luiz Pedro da Silva- o quarto vereador mais votado da capital- é acusado pela Justiça de liderar um grupo de extermínio no Tabuleiro do Martins- responsável pela morte do servente de pedreiro.

“Desde então, nunca mais tive paz”, disse o funcionário público.

Em 2004, o filho foi assassinado; em janeiro deste ano, a esposa de Sebastião não aguentou a luta por justiça. Morreu e deixou o funcionário praticamente só, em uma batalha que a cada dia ganha lances surpreendentes.

A ex-nora, Alessandra Cristina Costa, teve que abandonar os filhos dela com o funcionário público. Isso para salvar a própria vida: ela foi a única testemunha do assassinato.

Semana passada, o Instituto Médico Legal (IML)- depois de três anos- concluiu a sindicância sobre o sumiço do corpo do servente de pedreiro das pedras do instituto: “Concluiu que o corpo não sumiu, ou seja, não houve ocultação de cadáver”, disse.

Ocultação de cadáver é um dos quatro crimes pelo qual é acusado o vereador. Além dele, assassinato, formação de quadrilha e sequestro.

Sem corpo, não existe crime. Mas, através de exames de DNA nas balas que mataram o filho do funcionário público, descobriu-se que o sangue era mesmo de Carlos Roberto Santos.

Fotos da necropsia apareceram. O corpo pode ter sido enterrado como indigente, mas as circunstâncias nunca foram esclarecidas.

“É absurdo, porque os peritos do IML demoraram anos para analisar se houve ou não ocultação de cadáver. E agora dizem que não houve”, disse.

O Repórter Alagoas tentou contato com integrantes do instituto, mas não obteve êxito.

O vereador Luiz Pedro da Silva já havia sido preso por este crime, antes do pedido do TJ ano passado. Candidato a vereador, ele conseguiu gravar, na prisão, sua aparição na TV no horário eleitoral gratuito, através de uma câmera de celular. A Polícia Civil nunca conseguiu esclarecer como o vídeo foi feito. Solto por uma liminar, conseguiu ser diplomado para a Câmara.

O servente de pedreiro foi arrastado de sua casa, no dia 12 de agosto de 2004 e morto com 21 tiros. Sebastião dos Santos passou a fazer uma peregrinação em todos os órgãos públicos de Alagoas.

Por causa da campanha de Pereira para que juízes, desembargadores e o Ministério Público decretassem a prisão do vereador, o Conselho Estadual de Segurança determinou a abertura de processo para avaliar as condições do IML e buscar informações sobre o sumiço do corpo.

Luiz Pedro da Silva sempre negou a autoria do crime.

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