Cerca de 100 cestas básicas são jogadas em lixão

Os alimentos, com prazo de validade vencido, foram encontrados em um prédio da Prefeitura e hoje foram jogados fora.

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Cerca de 100 cestas básicas são jogadas em lixão

Cerca de 100 cestas básicas foram jogadas no lixão do município de Santana do Ipanema nesta terça-feira, 31. Os alimentos, com prazo de validade vencido, foram encontrados em um prédio da Prefeitura, localizado no bairro da Camoxinga, em situação lamentável. Pacotes de arroz, feijão, açúcar, café e outros alimentos estavam jogados no chão de uma sala sem portas, com infiltrações por toda a parte, expostos a roedores e outros vetores.

Estas cestas nutricionais foram enviadas pelo Governo do Estado para assistência às gestantes em situação de vulnerabilidade social, mas acabaram estragando em um local de armazenamento inadequado porque a Secretaria Municipal de Assistência Social não deu o destino devido. Segundo informações da imprensa local, a coordenadora do programa em Santana do Ipanema, Flávia Maria Tavares, culpou o Governo do Estado por ter enviado cerca de 100 cestas a mais que a quantidade de gestantes cadastradas no programa. Além disso, a coordenadora explicou que houve mudança no prédio onde acontecia a distribuição em função de uma reforma.

Atualmente o município de Santana do Ipanema possui 200 gestantes cadastradas e pelo menos 150 gestantes carentes fora do programa porque não aceitam realizar o pré-natal nas unidades de saúde, uma exigência para participar do programa, conforme esclareceu o conselheiro Municipal de Saúde, Fernando Valões.

A Secretaria de Assistência Social do Município não soube informar, no entanto, a razão para não ter distribuído as cestas cujos alimentos se venceram no dia 25 de maio. A secretária de Assistência Social não foi encontrada na cidade, mas havia confirmado ao site Sertão24Horas que recebeu autorização da Secretaria de Saúde do Estado para incinerar os alimentos.

As primeiras informações colhidas ontem pelo site davam conta que os alimentos seriam entregues aos criadores de animais e serviriam para alimentar porcos. No entanto, a Vigilância Sanitária do Município proibiu o consumo humano e animal entendendo que seria prejudicial à saúde de ambos.

“Nós ficamos sabendo que nesta manhã quando os funcionários chegaram para jogar os alimentos no lixão, dezenas de pessoas avançaram sobre as cestas e só não levaram para casa porque os sacos foram rasgados e os alimentos despejados no chão, como medida de segurança”, disse Valões.

Outras 40 cestas básicas com prazo de validade para se vencer no dia 02 de junho estavam prestes a serem entregues no povoado Areia Branca, zona rural do município na manhã desta terça-feira. Um funcionário da prefeitura chegou à localidade em um caminhão com as cestas, mas foi surpreendido por um conselheiro municipal. O conselheiro constatou que os alimentos estavam úmidos, muitos pacotes ruídos por ratos e cheios de bichos. Desde então ninguém sabe do destino que a prefeitura deu aos alimentos.

O Alagoas24Horas entrou em contato com a prefeitura de Santana do Ipanema por telefone, mas ninguém atendeu.

Gestantes

Em entrevista ao Sertão24Horas gestantes do município informaram que ao contrário do que está sendo dito pela Secretaria de Assistência Social, muitas gestantes cadastradas estão sem receber as cestas há três meses. É o caso de Aline Lima (5 meses de gestação) e Poliana Gomes (7 meses).

Seades

Em entrevista ao Alagoas24Horas a superintendente de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria de Assistência Social do Estado, Ana Paula Quintella, esclareceu que o programa foi interrompido durante o período eleitoral, mas que voltou a distribuir as cestas no mês de dezembro passado. "Quando o projeto foi retomado em dezembro enviamos dois lotes (seis cestas nutricionais) referentes aos meses de outubro a março passado. Orientamos aos gestores que os alimentos fossem utilizados até maio. Se o município tinha problema de demanda a obrigação do gestor era informar ao Estado. Se não formos contatados sobre esse tipo de situação não temos como advinhar", esclarece.

Ainda segundo a superintendente, a orientação da Secretaria é que nenhum alimento seja disperdiçado e que as gestantes sejam assistidas de forma adequada. "Queremos garantir a segurança alimentar das gestantes. O que dificulta o andamento do projeto é a falta de gestão. Cada um dos gestores é responsável pelo controle, fiscalização, distrubuição e estado dos alimentos. Qualquer dificuldade precisa ser comunicada. Como no caso de São Miguel dos Campos, que não possuia demanda suficiente, entrou em contato e encaminhados as cestas que sobraram para Junqueiro onde havia demanda reprimida".

A Seades suspendeu a entrega de cestas na manhã de hoje e determinou um levantamento nos municípios para verificar como os projetos estão sendo desenvolvidos. O levantamento também servirá para resolver problemas como recolhimento de alimentos com prazo de validade vencido, que também ocorreu em Arapiraca.

A distribuição será normalizada na 2ª quinzena de junho com alimentos certificados pelo Inmetro.

Atualizada às 17h22.

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