Zé Gotinha completa 25 anos de luta contra a paralisia infantil

Sábado é dia de pais levar filhos a posto do Benedito Bentes.

Agência Alagoas/ArquivoDia D de Vacinação contra a Paralisia Infantil

Dia D de Vacinação contra a Paralisia Infantil

Percorrer sítios, povoados e andar quilômetros a cada campanha, além enfrentar estradas sem recapeamento, tempestades, o sol escaldante e se locomover em jipes e caminhonetes. Há 25 anos esse tem sido o cotidiano do personagem Zé Gotinha de Alagoas, criado pelo Ministério da Saúde (MS) em 1986, com o propósito de tornar as campanhas de vacinação mais atraentes para as crianças.

Isso porque, à época, o Brasil enfrentava uma epidemia de paralisia infantil e o MS desencadeou uma campanha de imunização em todo o Brasil, com o intuito de erradicar a doença. O boneco foi concebido pelo artista plástico Darlan Rosa e seu nome foi escolhido durante um concurso nacional, onde crianças de Poço das Trincheiras e Joaquim Gomes foram as duas finalistas.

E desde a sua criação, o servidor da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Edvaldo Marinho, incorpora o personagem, que foi o primeiro do Brasil, segundo ele próprio faz questão de ressaltar. “Lembro como se fosse hoje, uma dentista iria encarnar o personagem, mas ela estava grávida e foi proibida pelo médico. Fui convidado e, desde então, minha identidade se confunde com a do Zé Gotinha”, destaca.

Marinho salienta que para ele é um prazer percorrer os 102 municípios do Estado com o intuito de incorporar o Zé Gotinha. “Vejo nos rostos das crianças o semblante de alegria quando veem o personagem. A figura do boneco é tão encantadora que as crianças amedrontadas perdem o medo de se vacinar”, destacou.

Ideia partiu de Alagoas

O servidor que incorpora o Zé Gotinha ressalta que a ideia de criar o personagem partiu de uma discussão promovida pelo jornalista alagoano Valmir Calheiros. À época ele era o assessor de comunicação da Sesau e esteve em Brasília e Belo Horizonte para discutir uma estratégia de comunicação que atraísse as crianças para a campanha de vacinação.

“Quando o boneco foi criado, o Valmir Calheiros foi o primeiro assessor de comunicação a implantá-lo e, desse modo, Alagoas foi o primeiro estado Brasileiro a ter o Zé Gotinha como mascote da campanha de vacinação contra a paralisia infantil”, enfatiza Edvaldo Marinho, que já foi convidado para participar de uma campanha de vacinação em Curitiba (PR).

Príncipe de 15 anos

Questionado sobre um momento marcante dos 25 anos como Zé Gotinha, o homem que dá vida ao personagem relembrou que já foi o príncipe de uma festa de debutante. A escolha inusitada partiu da própria aniversariante, que pediu aos pais para que o personagem Zé Gotinha dançasse a valsa com ela.

“Foi uma experiência interessante e curiosa, porque nunca pensei que uma adolescente de 15 anos fosse escolher um personagem institucional para ser o príncipe de sua festa. Geralmente, nesta fase da vida, as meninas querem estar com artistas, mas neste caso a escolha foi totalmente diferente do convencional e participei da festa com o maior entusiasmo, porque segundo a aniversariante, que residia no bairro Jacintinho, em Maceió, o Zé Gotinha marcou sua infância e contribuiu para salvar sua vida”, sentenciou.

Na comemoração dos seus 25 anos, o Zé Gotinha aproveitou a oportunidade para fazer um chamado as 276. 467 crianças alagoanas que têm até cinco anos de idade e devem se imunizar contra a Pólio. Isso porque, neste sábado (13) acontece o Dia D de Vacinação contra a Paralisia Infantil, no Posto de Saúde Aliomar Lins, localizado no bairro Benedito Bentes, em Maceió.

A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro clássico de paralisia flácida de início súbito e acomete em geral os membros inferiores.

Fonte: Agência Alagoas

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos