Canaviais sofrem com incêndios criminosos em Pernambuco

Consumidores de açúcar e etanol também são prejudicados.

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Os produtores de cana de Pernambuco recorrem à Secretaria de Defesa Social, Comando Geral da Polícia Militar e ao Ibama para tentar barrar uma série de queimadas criminosas que tem destruído parte dos canaviais do estado. Somente em uma usina, cerca de 2,5 mil toneladas de cana foram destruídas neste período em que se aproxima a colheita. Todos os casos foram registrados na polícia.

De acordo com o presidente da Associação dos Fornecedores de Cana (AFCP), Alexandre Andrade, é neste período final de entressafra, quando chove menos e a palha da cana fica mais seca, que o número de registros aumenta. O fogo cresce e se alastra rapidamente por todo o canavial, tornando difícil seu controle. Geralmente, o resultado é perda total da plantação ou da maioria do canavial.

O dirigente informa que na maior parte dos casos, uma ou duas pessoas numa moto, param em frente à plantação por volta do meio-dia e simplesmente põem fogo. “Estes incêndios não tem nenhuma relação com as queimadas legais”, explica, ressaltando que esta última é planejada pelo produtor depois de autorizada pelos órgãos competentes.

A queima permitida é uma técnica para incinerar somente a folhagem seca da cana. A acão facilita o corte da planta e outras operações após o corte. Porém, a queimada sem permissão é caracterizada como crime ambiental. Andrade orienta aos produtores registrarem todos os casos na delegacia.

Ele lembra que o consumidor do açúcar e etanol também é prejudicado com o ato criminoso, porque com a redução da safra em virtude dos incêndios, o preço dos produtos oriundos da cana aumenta. “O dano deste delito é bem amplo, com repercussão para toda a sociedade”, conta, ressaltando que a cana de açúcar é de fundamental importância nos aspectos econômicos e sociais da Região.

Para tentar coibir esta prática ilegal, a AFCP solicitou à Secretaria de Defesa Social (SDS), Comando Geral da Polícia Militar e ao Ibama providências imediata e emergencial. “É preciso criar mecanismos ou organismos que sirvam ao combate efetivo dessa prática delituosa”, diz. Ele sugere a criação de força tarefa específica, pelo uso do trabalho de inteligência, ou por qualquer outro expediente para sanar o problema.

Andrade informa que o secretario executivo da SDS, Alessandro Mattos, já repassou a missão para o chefe de Polícia Civil. “A ação visa incrementar ações da Polícia Judiciária, a fim de coibir efetivamente estes atos criminosos”, diz o presidente da AFCP.

Fonte: Ascom/AFCP

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