Mais de um ano após a chacina que vitimou quatro jovens em uma região de mata entre os bairros da Serraria e Complexo Benedito Bentes, os peritos oficiais criminais do Estado informaram que nenhuma das provas colhidas no local do crime foram analisadas.
Ainda segundo os peritos, as provas (dois revólveres, sete projéteis recolhidos no local e um retirado do corpo de uma das vítimas) chegaram ao órgão apenas no dia 2 de junho desse ano e devido à quebra do equipamento especializado no exame balístico inviabilizou o exame. “Desde 2008 que o setor não tem cartuchos para realizar exames balísticos, apesar do grande número de casos que recebem.”
Outro problema grave apontado pelos peritos no setor diz respeito ao comparador balístico. O IC tinha um em funcionamento e outro estava para ser montado. O primeiro quebrou e o segundo começou a ser utilizado no final do mês de junho. O que foi para o conserto já quebrou novamente. Ou seja, um grupo de quatro peritos em balística depende de um único aparelho para desenvolver as atividades, diante de um número crescente de homicídios e tentativas. O peritos alegam, ainda, que com todas as carências, apenas no último fim de semana foram solicitados 50 exames pela Justiça.
Na chacina, morreram José Ricardo, 24 anos, Bruno e Diego – ambos de 15 anos – e Lucas Barbosa da Silva, de 14 anos de idade. Os jovens foram perfilados e executados com disparos de arma de fogo. A polícia não conseguiu, à época, ligar as vítimas a qualquer tipo de ilícito.
Os jovens haviam desaparecido na manhã da sexta-feira, 13, quando saíram de casa – no Conjunto Cidade Sorriso – afirmando que iriam recolher lenha em uma região de mata. No sábado, 14, a Polícia Militar foi acionada e os corpos foram localizados em uma região de difícil acesso.
Durante a investigação, foram presos um capitão da Polícia Militar, apontado como líder de um grupo de extermínio, um policial civil, além de vigilantes. Todos negam a autoria do crime.
