Restauração de torre da Catedral deve ser concluída esta semana

Cláudia Galvão/Alagoas24horas/ArquivoTorre da Catedral Metropolitana está sendo restaurada

Torre da Catedral Metropolitana está sendo restaurada

Com previsão de conclusão para o próximo mês de outubro, os trabalhos restaurativos realizados na Catedral Metropolitana de Maceió já apresentam algumas etapas finalizadas. É o caso da torre direita do prédio, que terá o andaime desmontado na próxima sexta-feira (2), concluindo mais uma fase da reforma.

Durante a visita de acompanhamento, o restaurador Estácio Fernandes explicou os procedimentos realizados e as dificuldades encontradas durante o restauro da azulejaria das torres sineiras. “Este foi verdadeiramente um grande desafio, um trabalho de quebra-cabeça, uma vez que era avançado o estado de degradação das torres”, disse.

O restaurador ressaltou que, no início da obra, a vegetação superior encontrada em alguns pontos das torres estava muito robusta e já tinha proporcionado o desprendimento de áreas significativas dos azulejos. Isso favoreceu a penetração de água pluvial, gerando a degradação da argamassa e aumentando o desprendimento das peças na estrutura.

“O grande desafio foi compreender a leitura original para realizar a intervenção da melhor forma possível. Como a torre direita apresentava o maior grau de degradação, iniciamos os trabalhos por ela e nos baseamos pela torre esquerda para realizar a leitura dos azulejos”, explicou Estácio.

Procedimentos
Estácio Fernandes falou que o processo foi iniciado com a aplicação de herbicida para remover a vegetação existente na torre. “Quando chegamos às torres, encontramos milhares de fragmentos caídos. Todos eles foram reaproveitados em um trabalho feito com as peças originais, conseguindo recompor em grande parte”, expôs.

Ele explicou, ainda, que as peças que não recompostas foram utilizadas nas áreas de embrechamento, procurando aproveitar ao máximo todo o material encontrado fora da estrutura das torres.

Para este trabalho, foi realizado um diagnóstico prévio apresentado na proposta. Segundo o restaurador, depois da remoção das peças, o que iniciou a intervenção, foi realizada a limpeza química e mecânica do biscoito e vidrados dos azulejos, seguida da colagem das peças encontradas partidas, utilizando fragmentos originais encontrados no monumento.

Foi feita também a fixação dos vidrados que estavam soltos do biscoito, a reintegração cromática com pigmentos minerais e o reassentamento das peças. Por fim, foi realizado um reforço da aplicação dos herbicidas nas partes abertas do rejuntamento, que foram fechadas e receberam a aplicação final do verniz protetor.

O restaurador ressaltou que, durante o trabalho, foi elaborado um registro fotográfico e um relatório constando todo o procedimento efetuado na intervenção.

Trabalharam na restauração quatro profissionais da Bahia e outros quatro alagoanos, solicitação da Secretaria de Estado da Cultura (Secult). “Nossos auxiliares estão aprendendo o ofício, nesta oportunidade estamos formando profissionais que poderão realizar outros trabalhos da natureza, ficando ainda capacitados para fazer uma futura manutenção desta azulejaria”, concluiu.

O restaurador
Estácio Fernandes atuou no restauro de fixação de vidrados dos azulejos do Convento de São Francisco, situado em Salvador e o segundo maior conjunto da azulejaria portuguesa sob o mesmo teto do mundo. Também na capital da Bahia, ele realizou o restauro dos azulejos internos e torres da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, situada no Pelourinho.

O profissional foi consultor dos trabalhos de restauro dos azulejos da Igreja de Santo Antônio da Paraíba, em João Pessoa, e, atualmente, coordena os trabalhos de restauro dos maiores painéis da azulejaria portuguesa existentes na América Latina, que se encontram na Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Cachoeira, na Bahia.

Fonte: Secult

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