Hipoglicemia em diabéticos pode ser evitada com alimentação correta

Ascom SesauMaria de Lourdes Gusmão, endocrinologista

Maria de Lourdes Gusmão, endocrinologista

Os portadores de doenças crônicas como hipertensão e diabetes precisam redobrar os cuidados com os hábitos alimentares e estilo de vida. No caso dos diabéticos, saber reconhecer os sintomas da hipoglicemia é fundamental para evitar complicações graves, principalmente em idosos.

A redução brusca dos níveis de glicose (açúcar) no sangue pode ocorrer devido à ausência ou atraso das refeições, dose excessiva de insulina, atividade física em exagero, idade avançada, uso de álcool e medicações. Dependendo da gravidade, a hipoglicemia pode levar ao coma e morte.

Os principais sintomas são tremor, sensação de fome, sudorese, palidez, palpitações, taquicardia, náusea e vômitos. De acordo com a médica endocrinologista do Hospital Geral do Estado (HGE), Maria de Lourdes Gusmão, a diminuição da taxa de glicose no sangue é muito comum nos pacientes diabéticos, principalmente do tipo 1, que fazem uso de insulina.

“Estima-se que metade dos diabéticos tipo 1 apresenta, pelo menos, um episódio de hipoglicemia por mês. Nos diabéticos tipo 2 a frequência é menor, ficando em torno de 30% a 40 % de incidência. O ideal é, sempre que possível, confirmar os sintomas com a medição da glicemia capilar, através do glicosímetro, ou venosa”, explicou.

Em recém-nascidos, os sintomas da queda da glicose são agitação, sonolência e convulsões; em crianças maiores com hipoglicemia matinal, a sonolência e os vômitos são muito frequentes; adultos podem apresentar sintomas semelhantes a distúrbio mental, intoxicação por drogas ou embriaguez; nos idosos podem produzir efeitos parecidos com uma isquemia focal ou mal-estar sem explicação.

A especialista informou que a maioria dos diabéticos apresenta ocorrências de hipoglicemia leve, facilmente corrigidas com alimentação. “Entretanto, pode ocorrer a chamada hipoglicemia grave, quando o paciente requer a ajuda de outras pessoas. Conforme seus sintomas, principalmente em idosos, pode levar a efeitos cardiovasculares como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico”, destacou Maria de Lourdes Gusmão.

A hipoglicemia prolongada e profunda pode ocasionar dano neurológico e morte cerebral, como também arritmias cardíacas e morte súbita. A perda de consciência pode levar a acidentes de carro, quedas com fraturas e lesão física, além de limitações de emprego.

Prevenção – A diminuição da glicemia pode ser prevenida com ajuste de medicação oral ou dose de insulina. A alimentação e prática de atividade física devem ser regradas, evitando a omissão de alguma refeição ou prática de exercícios em jejum. Para manter a qualidade de vida também é recomendado evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e a realização periódica da auto-monitorização da glicemia capilar.

“Os portadores de diabetes devem carregar sempre na bolsa ou pasta balas de caramelo ou sachês de mel para o caso de um início de crise. O medo da hipoglicemia muitas vezes compromete a adesão ao tratamento, pois os pacientes tendem a aumentar a ingestão alimentar. É importante que eles sejam alertados quanto aos possíveis sintomas de hipoglicemia e como corrigi-los. É aconselhável usar sempre um cartão de identificação constando os dados do paciente, diagnóstico e suas medicações”, alertou a endocrinologista.

Tratamento – A hipoglicemia é tratada oferecendo ao paciente alimento líquido com açúcar, como um copo de suco ou refrigerante não dietético, um copo de água com uma colher sopa de açúcar, duas ou três balas tipo caramelo. Após 15 minutos, se possível repetir a glicemia capilar.

Segundo Maria de Lourdes Gusmão, nos casos em que não é possível fazer o teste ou o paciente não apresentar melhora clinica, deve-se repetir a correção do açúcar. Após sua recuperação, é importante oferecer um lanche tipo barra de cereal, bolacha salgada ou pão visando manter a glicemia estável e evitar nossos episódios de hipoglicemia. Os casos de hipoglicemia grave devem ser encaminhados ao pronto atendimento para uso de glicose endovenosa.

“Durante as crises não se deve oferecer ao paciente chocolates ou leite, pois são ricos em gordura que dificultam a absorção do açúcar, retardando sua melhora”, orientou.

Fonte: Ascom Sesau

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