Mutirão do Hemoal detecta mais sete falcêmicos com risco de AVC

Pacientes serão submetidos a tratamento especial.

Ascom HemoalAscom Hemoal

Mais sete falcêmicos de Alagoas foram detectados com risco de desenvolverem um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Para isso, eles foram submetidos ao Doppler Transcraniano, durante a mutirão realizado nesta sexta-feira (4), no Ambulatório de Hematologia do Hemocentro de Alagoas (Hemoal).

Durante a ação, que aconteceu graças a parceria firmada com o Instituto Espaço da Vida, 30 falcêmicos com idade entre dois e 16 anos foram submetidos ao exame. Os diagnósticos foram apresentados pelo médico do Hospital das Clínicas de Salvador, Camilo Vieira.

Com o diagnóstico em mãos, os sete falcêmicos foram orientados a como se prevenir do AVC, a exemplo do estudante Marcos Antônio dos Santos, 11 anos. Em companhia da mãe, ele viajou de Rio Largo para se submeter ao exame e foi informado que terá que adotar cuidados para evitar o problema.

“A partir de agora, ele será submetido a um tratamento especial no Ambulatório de Hematologia do Hemoal. Além de uma medicação específica, à base de Hidroxiuréia, de acompanhamento multidisciplinar e um regime rigoroso de hipertransfusão”, informou o médico Camilo Vieira, que já realizou três mutirões em Alagoas.

Evitar sequelas graves

Segundo a diretora do Hemoal, Verônica Guedes, a detecção do risco de AVC em hemofílicos tem o propósito de evitar sequelas graves, como ocorreu com a estudante Edcláudia Maria dos Santos, 12 anos. Ela sofreu um AVC em dezembro do ano passado e até hoje ainda realiza tratamento fisioterápico no hemocentro alagoano para recobrar os movimentos, pois ficou sem andar devido as sérias sequelas.

“Na verdade ela sofreu dois AVCs em menos de oito dias e permaneceu internada no HGE [Hospital Geral do Estado] por 15 dias. Seu sofrimento e de toda a família foi grande, por isso, o Doppler Transcraniano é imprescindível para evitar que outras crianças e adolescentes passem o que a Edliande Maria passou”, ressaltou a mãe da estudante, Edilene dos Santos.

E também durante o mutirão desta sexta-feira (4), os 400 falcêmicos alagoanos foram orientados pela equipe multidisciplinar do Hemoal, formada por hematologistas, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, odontólogos e assistentes sociais. Na oportunidade, os pacientes receberam escovas, assistiram a um teatro de fantoches que os orientou sobre os cuidados para evitar o AVC e participaram de um almoço coletivo.

Situação preocupante

E ainda de acordo com a diretora do Hemoal, o terceiro mutirão revelou uma situação preocupante, pois o número de falcêmicos alagoanos que podem contrair um AVC subiu para 28. Isso porque, até o segundo mutirão, eram 21 pacientes com este risco, o que pode se agravar ainda mais, já que ainda faltam 15 pacientes para serem submetidos ao exame de Doppler Transcraniano.

“Esse número nos preocupa, porque nacionalmente o índice não passa de 11%, mas em Alagoas já ultrapassa a casa dos 20%, o que representa o dobro da média nacional. Uma realidade que é consequência da grande miscigenação da população alagoana”, salientou Verônica Guedes.

A doença

A Anemia Falciforme é uma doença hereditária, que leva a uma deformação das hemácias (glóbulos vermelhos), levando-as a se desenvolver em forma de foice. Por esta razão, as células tornam-se rígidas ou endurecidas, e tendem a formar grupos que podem fechar os pequenos vasos sanguíneos, dificultando a circulação do sangue. Como há vasos sanguíneos em todas as partes do corpo, pode ocorrer lesão em qualquer órgão, como o cérebro, pulmões, rins e outros.

Essa condição é mais comum em indivíduos da raça negra, daí porque, em países da África, os portadores assintomáticos são mais de 20% da população. No Brasil, por outro lado, o índice atinge 8% dos negros, enquanto que em Alagoas, de cada 1.400 crianças que nascem, uma delas é portadora de Anemia Falciforme. Mas, devido à intensa miscigenação ocorrida no País, a Anemia Falciforme pode ser observada também em pessoas de raça branca ou parda, os chamados afrodescendentes.

Fonte: Ascom Hemoal

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos