Enfermeiros do PSF podem deflagrar greve

IlustraçãoIlustração

Revoltados com os salários pagos pela maioria das prefeituras alagoanas, os 750 enfermeiros do Programa Saúde da Família (PSF) em Alagoas, podem deflagrar greve geral ainda nesta segunda-feira (21). A decisão deve ocorrer no início da noite, quando a categoria irá se reunir no auditório da Escola Técnica Valéria Hora, localizada no Centro de Maceió.

O indicativo de greve, é relativo ao fato de os enfermeiros atuantes no PSF, estarem lutando para ter um piso salarial de R$ 10.240. Isso porque, atualmente, os vencimentos estão entre R$ 1.900 a R$ 5.000, o que é considerado insuficiente por profissionais da categoria. Mas a presidenta do Sindicato dos Enfermeiros de Alagoas, Renilda Barreto, admite que existe a necessidade de discutir cada caso existente e alguns municípios não possuem condições de pagar um piso de R$ 10.240.

“Estamos cientes que existem municípios que não têm recursos suficientes, mas eles ainda podem recorrer ao Estado para obter ajuda financeira. O que não se concebe é que tenhamos um salário tão defasado e disparidades tão grandes como ocorre aqui em Alagoas”, ressaltou a presidenta do sindicato, ao afirmar que os enfermeiros do PSF das cidades de Coruripe e Girau do Ponciano já se encontram em greve.

Constatação

A enfermeira Emilly Souza, diz que trabalha no PSF de Matriz do Camaragibe, e recebe mensalmente um salário de menos de três mil reais, representando um dos menores do estado. Enquanto isso, no município de Pilar, os enfermeiros recebem mensalmente R$ 5.900 para trabalhar 40 horas semanais.

“É desestimulante fazer o mesmo trabalho que um colega de Pilar e receber menos da metade que eles. A explicação que me deram, é de que o município de Matriz do Camaragibe tem uma arrecadação inferior ao de Pilar, porém o atendimento de saúde deve ser prestado igualmente para todos, enquanto os nossos salários não são pagos nesta mesma proporção”, pontuou.

Realidade preocupante

O deputado estadual Judson Cabral (PT), afirma que convocou uma sessão especial para discutir o problema do PSF na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), por considerar a situação bastante preocupante. “Temos que lutar para a criação de um piso uniformizado, que contemple as especificidades dos profissionais e que ele seja justo”, destacou.

Segundo o parlamentar, quando o programa foi criado, os enfermeiros recebiam cerca de dez salários mínimos, mas existem profissionais que recebem menos de quatro.

Números

Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), Alagoas é coberta pelo PSF em 71%. A situação mais complicada é constatada na capital, Maceió só tem apenas 28% da população assistida pelo programa, todavia Arapiraca é quase 100% coberta.

Fonte: Éder Patriota/Sete Segundos

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos