Desaceleração da economia brasileira é passageira, diz Mantega

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira (6) que a desaceleração da economia brasileira é passageira, apesar de já ter descartado que o crescimento em 2011 chegue aos 3,8%, previstos na última revisão do governo.

– No quarto trimestre a economia já estará acelerando porque uma parte das medidas que tomamos [para conter a inflação e o consumo] estão sendo revertidas, com redução dos juros e do IOF. Estamos reativando a economia.

Segundo Mantega, apesar do crescimento zero no terceiro trimestre, o desenvolvimento da economia brasileira nos três primeiros trimestres do ano ficou em 3,2%, e com isso não seria mais possível chegar à previsão de crescimento do governo, revista para 3,8% em 2011. Para 2012, a expectativa é que o PIB (Produto Interno Bruto ou a soma das riquezas produzidas no país) aumente 4% e 5%, de acordo com Mantega.

O ministro ressaltou ainda que o crescimento zero da economia brasileira no terceiro trimestre é resultado das próprias ações do Ministério da Fazenda para conter o consumo e a inflação, além do corte de gastos por parte do governo.

– Nós temos o controle da situação. Nós aqui [diferentemente de outros países] temos a possibilidade de aceleração de crescimento, é só reverter os instrumentos. O que não vai ser revertido é a redução de despesas públicas.

O resultado do PIB teve variação nula no terceiro trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores. Isso significa que a economia ficou estagnada nos últimos três meses. O dado foi divulgado nesta terça-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A agropecuária, que cresceu 3,2%, foi a responsável por não deixar o país ter retração, já que os setores da indústria e serviços tiveram queda de 0,9% e 0,3%, respectivamente. A baixa na produção industrial foi resultado da redução de 1,4% da indústria de transformação, já que as outras atividades industriais tiveram variações positivas – extrativa mineral (1,3%), eletricidade, água, esgoto e limpeza urbana (0,8%) e construção civil (2%).

O comércio foi o principal responsável pela queda dos serviços com variação negativa de 1%. No entanto, atividades imobiliárias e serviços de transportes, correios, educação e saúde registraram alta no período.

Pacote de medidas
Antecipando-se ao anúncio do PIB, o governo anunciou na semana passada um pacote de medidas para estimular o consumo. As medidas incluem redução de impostos para produtos da linha branca (geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos) e para o crédito pessoal, além de outros incentivos para baratear o financiamento das empresas brasileiras.

O governo já previa o PIB do terceiro trimestre próximo de zero. Há duas semanas o secretário executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, havia dito durante o balanço do PAC 2, que a economia brasileira poderia ficar estagnada no período.

O que é o PIB?
O Produto Interno Bruto é um dos principais indicadores da economia de um país. Ele representa a soma das riquezas geradas pelo conjunto dos diversos setores da cadeia produtiva, mas pouca gente sabe dizer o impacto que esse dado tem sobre o seu dia a dia.

O PIB é calculado trimestralmente pelo IBGE. Quando aponta geração de riqueza inferior à observada no levantamento anterior, significa retração econômica. A recessão técnica é observada quando o movimento de retração ocorre por dois trimestres consecutivos.

Para o cálculo do PIB, o IBGE só leva em consideração as atividades legalizadas. As informais não entram nas estatísticas da metodologia aplicada.

Fonte: R7

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