Servidores do Judiciário Federal realizam protesto

Em greve há 56 dias, os servidores do Judiciário Federal de Alagoas realizaram protesto em frente ao prédio das Varas Trabalhistas, na manhã desta segunda-feira (19) – último ato público antes do recesso forense no Estado.

A categoria decidiu manter a greve na assembleia geral, realizada na última sexta-feira (16), para aguardar os desdobramentos pela revisão do Plano de Cargos e Salários (PCS) no Congresso Nacional – aprovação dos PLs 6.613/2009 e 6.697/2009. Os servidores retornarão às atividades a partir do dia 9 de janeiro.

No ato deste início de semana, ficou deliberado que o Sindjus/AL irá publicar uma moção de repúdio contra as perseguições impostas pela presidência do Tribunal Regional do Trabalho, a exemplo do corte de ponto (Portaria Conjunto n° 1288/2011 e Resolução Administrativa n° 34/2011), a retirada de função comissionada e o interdito proibitório. E ainda uma moção de louvor ao juiz titular da Vara Trabalhista de União dos Palmares, Hamilton Malheiros, pelo apoio que o magistrado vem demonstrando aos servidores, reconhecendo o movimento de greve como legítimo da categoria.

Durante o ato, o coordenador Paulo falcão ressaltou os obstáculos enfrentados pela categoria durante o movimento paredista, citando o corte de ponto, interdito proibitório, corte de energia elétrica e outros métodos de coação, na tentativa de desestabilizar o movimento. No entanto, as tentavas fortaleceram o movimento paredista.

Paulo Falcão mencionou também que os servidores, ao retornarem da greve, não se deixem intimidar pelos possíveis assédios morais que estarão sujeitos, caso ocorra, a categoria deve procurar o sindicato e denunciar qualquer tipo de ação.

Ainda no ato, o ex-servidor do Banco do Brasil Lourival Siqueira destacou o quanto é importante uma mobilização unida para ganhar força nas reivindicações trabalhistas. Lourival lembrou que na década de 80, ele como servidor do Banco do Brasil, chegou a ter um salário mensal de cerca de 30 salários mínimos, mas com os ataques aos bancários, um funcionário com a mesma função não chega a receber dois salários mínimos completos, “isso só aconteceu porque não houve um engajamento da classe bancária que desse força ao movimento para lutar pela não defasagem dos salários”, completou, parabenizando a luta dos servidores do judiciário.

Luta nacional
A partir desta terça-feira, os grevistas concentrarão as atividades, em Brasília, para pressionar os deputados federais da Comissão Mista de Orçamento a incluir o orçamento da revisão do PCS na Lei Orçamentária Anual 2012.
De Alagoas, irão para a capital federal os coordenadores Paulo Falcão e João Carlos, as servidoras Cristiana Maia , Dora Castro e Núbia Soraia. Eles, juntamente com servidores do Judiciário Federal de todo o Brasil, acompanharão a votação do Plano Plurianual. Na quarta (21), será votado o relatório geral da LOA 2012, e na quinta-feira (22) a votação final.
De acordo com Paulo Falcão, a ideia é manter-se, em Brasília, até a sexta-feira (23), e só voltar quando for confirmada a inclusão da revisão do PCS na Lei Orçamentaria de 2012.

A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal (Fenajufe) também conseguiu protocolar o pedido de urgência urgentíssima para que os PLs 6.613/2009 e 6.697/2009 sejam apreciados direto no plenário da Câmara. A medida ainda passa pela aprovação da Casa Legislativa.

Os servidores ainda contam com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux que ordenou o Congresso a reaver o orçamento do Judiciário, enviado ao Legislativo, o qual sofreu corte da revisão do PCS pelo Executivo.

No entanto, o impasse para a continua. A presidente Dilma está irredutível quanto ao orçamento necessário para aprovação do Plano. Enquanto isso, os servidores acumulam perdas salariais de mais de 50%. A última revisão salarial ocorreu há seis anos.

Fonte: Assessoria

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