O guarda municipal Aldo Fernandes Sobreira – que também é presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Miguel dos Campos – está sendo ouvido em Termo de Declaração, na Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas. Ele denuncia que foi ameaçado de morte pelo ex-prefeito da cidade, industrial Nivaldo Jatobá.
Na condição de líder sindical, Aldo Sobreira organizou na semana passada uma manifestação dos servidores públicos e, segundo ele, o fato desagradou a Nivaldo Jatobá, que exerce o cargo de secretário Extraordinário do Tesouro. "Depois de tentarmos audiências com a prefeita (Roseane Santos) e não sermos atendidos, organizamos uma passeata, bloqueamos a BR-101 e depois fomos ocupar a sede da Prefeitura", contou.
Segundo ele, a ordem de Nivaldo Jatobá foi para que o sindicato não permitisse que os trabalhadores invadissem a sede da prefeitura, sob pena de demissão do serviço público. "Neste momento, o secretário Nivaldo Jatobá disse que eu era um cabra safado, maloqueiro, baderneiro e que o falecido pai dele [do secretário] tinha três caminhos para este tipo de gente: ou se muda da cidade; ou morre ou a gente faz sumir", contou Sobreira.
No final da semana passada, Aldo Sobreira foi designado pelo secretário de Segurança Urbana de São Miguel dos Campos, major PM Neilson Souza Lima – que manda na Guarda Muncipal – que ele iria trabalhar numa mata, no horário das 18h às 6h. "É claro que eu não vou trabalhar nessa mata. Assim eu estaria assinando o meu atestado de óbito", disse.
Após ser ouvido pelo presidente da CDH, da Ordem em Alagoas, Gilberto Irineu, Aldo Sobreira foi liberado. O Termo de Declaração será enviado para o Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público Estadual.
