Almeida se irritou com repercussão do reajuste de quase 100% no seu salário
O prefeito Cícero Almeida (PP) explicou – na manhã desta segunda-feira, dia 9, em entrevista a uma emissora de rádio local – como se deu o processo que aumentou seu salário em 80%. Cícero Almeida culpou a imprensa pela divulgação do fato e disse que foi feito de forma proposital para atingir sua imagem. “O prefeito de Satuba ganha quase R$ 20 mil e ninguém comenta o assunto. Estes que foram expulsos dos grandes jornais, se utilizam de veículos de ponta de rua para divulgar fatos distorcidos”, colocou o prefeito de Maceió.
O aumento dado a Cícero Almeida – segundo ele mesmo – foi promulgado pela antiga Mesa Diretora da Câmara Municipal de Maceió, presidida pelo ex-vereador Arnaldo Fontan (Democratas). Para Almeida, o fato foi divulgado para “apunhalá-lo pelas costas, visando às eleições de 2010”. “Eu não sou candidato. Não participo desta articulação suja”, frisou o prefeito de Maceió.
Cícero Almeida deu sua versão para o fato afirmando que o aumento foi proposto em 2004, mas rejeitado por ele. Em seguida, a Câmara Municipal – mesmo diante da discordância de Cícero Almeida – teria promulgado o aumento, para poder aumentar os salários de vereadores e consequentemente atingindo os secretários municipais, que tiveram seus vencimentos dobrados.
“Eu sei quem quer me atingir”, frisou Almeida, ao analisar a divulgação durante o fim de semana. O prefeito ainda acusou os profissionais da imprensa de não procurá-lo. “Prefeito bom é o que mantém os jornais com as verbas da Prefeitura Municipal. Eu deveria estar aqui é falando do aterro sanitário, das obras, dos conjuntos que foram inaugurados e não discutindo isto. O aumento não foi promulgado por mim. Procurem saber se lá tem a minha assinatura”, destacou. Almeida disse ainda que alguns jornais on-line veicularam a notícia de forma anônima.
A Notícia
O Alagoas 24 Horas divulgou o aumento do salário de Almeida no sábado, dia 07. Na matéria – que foi assinada e não publicada de forma anônima – foi ouvido o secretário municipal de Comunicação, Marcelo Firmino, que explicou que o aumento havia sido promulgado pela Câmara Municipal, mesmo diante da opinião contrária do prefeito de Maceió. Como Firmino responde pela pasta da Comunicação, a versão dele foi publicada em destaque, garantindo a mesma explicação que o prefeito deu hoje na mídia local. Firmino havia explicado, inclusive, que o prefeito não havia sancionado o aumento no ano de 2004.
Cícero Almeida não citou nenhum órgão de comunicação nominalmente. “Eu estou respondendo de forma democrática, porque fui tratado como bandido por um ouvinte de rádio, mas eu estou trabalhando para deixar Maceió melhor”, colocou. O prefeito sugeriu inclusive a doação de parte de seu salário para instituições de caridade, como forma de encerrar a polêmica.
O alvo
O prefeito de Maceió ainda vê a si mesmo com um alvo “até o dia 30 de março de 2010”, prazo em que se encerra a desincompatibilização para uma possível candidatura de Almeida. “Quem quiser se articular de forma suja, quem quiser me prejudicar, que se dane e que vá para o inferno. Na hora certa eu vou nominar um por um, quem são os poderosos que não vivem sem política e quem se esconde no anonimato”. Cícero Almeida frisou inclusive que está processando alguns jornalistas que passaram a atacá-lo.
“Minha vida é pautada pela dignidade. Já me deram não sei quantas fazendas e nunca foi comprovada nenhuma. No dia em que sair da Prefeitura Municipal, eu sobrevivo, porque sempre trabalhei. Eu não morro de fome”, disse ainda. “Meu caráter e o amor que tenho pelo meu povo é maior que tudo isso”, finalizou Cícero Almeida.
