Rio tem a candidatura mais cara à Olimpíada

Rio – Em clima de ‘já ganhou’, foi feita ontem a apresentação do dossiê que detalha a candidatura do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Pelo menos no que diz respeito ao orçamento, a cidade já é campeã. Das quatro finalistas, é a que tem custos mais altos, quase R$ 30 bilhões. Mas essa não é a única polêmica. Um dos projetos previstos no documento de compromisso, o Centro Olímpico de Treinamento (COT), que está previsto para ser construído no Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, deve terminar na Justiça, pois isso determinaria a destruição da pista.

Um acordo feito em junho do ano passado entre a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), a Prefeitura do Rio, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o Ministério do Esporte e a 6ª Vara de Fazenda Pública prevê que o autódromo só deixará de existir se outro for construído na cidade. “Se o Rio for a sede dos Jogos, o autódromo só será desativado após entregarem um novo. Mas, se o Rio perder, a prefeitura terá de reformá-lo. Aciono a Justiça se for preciso”, afirmou o presidente eleito da CBA, Cleyton Pinteiro, que assumirá em março.

O COB, no entanto, quer construir o COT, que foi projetado para ocupar uma área de mil metros quadrados, independentemente de o Rio vencer a disputa para ser a sede olímpica.
Durante a cerimônia de envio simbólico do dossiê para o Comitê Olímpico Internacional (COI), na semana passada, o secretário-geral da Rio 2016, Carlos Roberto Osório, afirmou que o COT começará a ser construído ainda este ano. “Começaremos a preparar o terreno para as obras grandes. Nem será preciso interditar o autódromo nesse momento.
A questão de uma nova instalação automobílistica é com a prefeitura”, afirmou Osório.
Orçado em R$ 100 milhões, o novo autódromo teria R$ 60 milhões vindos da prefeitura, mas o valor não está orçado no dossiê de candidatura. “O restante viria do governo federal ou da iniciativa privada”, explicou o secretário Especial da Copa 2014 e Rio 2016, Ruy Cesar. Ele, no entanto, não prometeu construir um novo autódromo antes das obras do COT. “Ele seria feito simultaneamente ao COT. A exigência da CBA era de que um kartódromo teria de ser construído antes de desativar o autódromo. Isso já agradaria à direção da CBA para liberar o restante das obras”, explicou ele.

Para que o Rio seja a sede, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (Cojo) estima gastar R$ 5,6 bilhões. Haverá mais R$ 23,2 bilhões de investimento público. Esse dinheiro seria usado, por exemplo, para obras na Marina da Glória, que custariam US$ 22 milhões (em cotação atual), no Estádio de Remo da Lagoa, com custo de US$ 20,5 milhões, e para reforma do Maracanã, avaliada em R$ 470 milhões. Tóquio anunciou projeto orçado em R$ 17,79 bilhões. Chicago, por sua vez, prevê R$ 7,54 bilhões. Os valores é superior às expectativas de Madri, que espera usar R$ 6,05 bilhões.

O DIA/RJ

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