Peritos deliberam greve parcial e ameaçam paralisação total

Após um ano e meio de discussão com o Estado, os peritos oficiais denunciam que o Governo de Alagoas ainda não encaminhou a Assembleia Legislativa o projeto que prevê a implantação da Dedicação Exclusiva (DE) e o reajuste salarial da categoria.

Por isso, os peritos decidiram em assembleia geral realizada na tarde desta quinta-feira, 5, que a partir da próxima segunda-feira, 9, a categoria deixará de realizar perícias das 22h às 05h da manhã.

De acordo com o presidente da Associação Alagoana de Peritos em Criminalística (AAPC), Nicholas Passos, o pagamento de 30% da DE e os 9,11% de reajuste salarial deveriam ser concedido no início deste ano, mas até o momento o Governo não se pronunciou.

"Mais uma vez acreditamos no Governo e mais uma vez o Estado não faz mérito dos peritos. Com os altos índices de criminalidade em Alagoas, o Instituto de Criminalística (IC) poderia dar sua parcela de contribuição, se trabalhássemos motivados e com uma estrutura de trabalho digna. Pode ser que a nossa paralisação não cause um impacto momentâneo na sociedade, mas durante o fechamento de uma investigação se faz importante o trabalho dos peritos", afirmou.

Na segunda-feira (09), às 9h, os peritos irão à Segesp. “Queremos saber do nosso chefe, responsável pela pasta da administração, porque o governo não nos atendeu. E vamos deixar claro que se até o final do mês não tivermos nossa proposta aprovada, a paralisação será total”, disse.

Falta de estrutura

Passos informou ainda que o Governo tinha garantido prioridade no empenho do projeto que visa a implantação de um laboratório básico em Maceió. No entanto, todos os outros projetos enviados pelo Estado a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) foram empenhados menos o relativo ao IC.

"Não entendo porque esse descaso com o IC. Eles estão boicotando o desenvolvimento da perícia criminal de Alagoas. Não sabemos quais os interesses do Estado ao fazer isso, porque sem a estrutura devida a perícia não avança. Para se ter noção, hoje, não temos como descobrir se uma substância seria sangue ou não. Também não temos como fazer um exame toxicológico ou ainda realizar a identificação de pessoas", disse.

Alguns peritos contaram a equipe do alagoas24Horas que muitos colegas estão desmotivados para o trabalho, além de revoltados com relação ao posicionamento do Governo.

"A perícia está sucateada e o que estamos reivindicando é uma questão de dignidade. Buscamos a valorização profissional e isso não é dado pelo Governo. Em outros estados, os peritos recebem igual a um delegado e em Alagoas os salários dos peritos chegam a 25% da remuneração desses profissionais. Além disso, é apenas graças a Senasp que nós temos uma formação profissional ou ainda tiramos dos nossos salários para comprar livros e materiais de estudo. O Governo realmente não tem responsabilidade e nem interesse em melhorar o IC", desabafou um perito – que preferiu não se identificar.

Fonte: Com assessoria

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