Padrasto é suspeito de engravidar menina

A Polícia Civil de Barro Alto (GO), a 228 km de Goiânia, pediu a prisão temporária do padrasto de uma menina de 11 anos, grávida de seis meses. O bóia-fria de 29 anos de idade é suspeito de estuprar a criança. A Justiça expediu o mandado de prisão na quarta-feira e, desde então, ele está desaparecido.

O caso foi descoberto depois que o Conselho Tutelar de Barro Alto recebeu uma denúncia anônima no último dia 26. Dois conselheiros foram até a casa da menina, no Bairro Nova Esperança.

"Ela tentou no início desconversar. Mas assim que viu a gente ficou muito nervosa e começou a chorar. Fomos falando sobre outras coisas até que eu perguntei se ela estava grávida. A resposta foi afirmativa. Só que ela dizia que o pai do bebê era um namorado mais velho dela. Só depois, quando dissemos que já sabíamos de tudo, é que ela admitiu", conta Edmar Cléia de Sousa Ferreira, presidente do Conselho Tutelar local.

Quando ocorreu a abordagem pelo Conselho, a mãe da menina estava em um hospital cuidando de outra filha de 8 anos. Segundo os conselheiros, ela já sabia da gravidez e afirmou que procuraria o Conselho assim que a outra filha melhorasse. O padrasto estava trabalhando em uma fazenda na cidade.

A menina e a mãe foram levadas até a delegacia na sexta-feira. Segundo os conselheiros, a criança contou que começou a ser assediada pelo padrasto há um ano e que, ao todo, teve 15 relações sexuais com ele. Nas primeiras vezes, a menina teria ainda 10 anos. Em seu depoimento, a vítima afirmou que o padrasto dizia gostar dela e a induzia a ficar quieta. Disse também que nunca foi agredida por ele, nem ameaçada.

A família descartou a possibilidade de aborto, e a menina já escolheu o nome do filho, Gabriel. Médicos de Barro Alto e da cidade vizinha de Goianésia que examinaram a menina afirmaram, segundo Edmar Cléia, que a gestação é de risco. "A família não quer o aborto, mesmo porque o feto já está todo formado", comentou a conselheira. A criança vem para Goiânia para novos exames. "Eu não acredito que um aborto seja viável nestas condições", disse.

O padrasto vai responder por estupro presumido. De acordo com o delegado Germano Melo, titular da delegacia de Barro Alto, ele fugiu depois que o caso foi noticiado por uma rádio local. "A polícia ainda não o localizou, nem ninguém nos procurou representando ele. O que temos contra ele é o depoimento da menina. Nestes casos, é a principal prova", disse.

Por enquanto, a criança deve ficar com a mãe e as duas irmãs. O Conselho Tutelar e a Delegacia de Polícia apuram ainda se a mulher pode ser indiciada por negligência, já que sabia da gravidez da filha e não denunciou o padrasto. "Eles são bastante pobres, a mãe está desempregada, e nossa preocupação agora é conseguir ajuda e recursos para que essa criança tenha condições de seguir em frente", disse Edmar Cléia.

Fonte: Márcio Leijoto/Terra

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