Governador traça prioridades para tempos de crise

Luis Vilar/Alagoas24horasLuis Vilar/Alagoas24horas

O governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), reuniu a imprensa – na manhã desta sexta-feira, dia 27 – para apresentar as prioridades da administração estadual em relação à crise econômica mundial. De acordo com Vilela, a crise assusta, mas o Governo do Estado “vai enfrentá-la para garantir investimentos e não perder as conquistas feitas desde 2007”, quando iniciou sua gestão.

Teotonio Vilela Filho disse que apesar das dificuldades enfrentadas pelo Governo já existem planos de ações e discussões para que sejam garantidas prioridades, que são: preservar o atual nível de emprego no serviço público; manter a pontualidade no pagamento dos fornecedores; não paralisar as obras que estão em andamento; garantir os salários em dia do funcionalismo público; assegurar os programas estratégicos, inclusive sociais e cumprir com as obrigações fiscais assumidas pelo Governo do Estado de Alagoas.

“Corremos riscos, quero dizer isto para toda Alagoas. Tudo que está em construção corre risco. Não temos caixa para todas as demandas em Alagoas. Nos últimos dois anos, fomos quem mais concedeu reajuste ao funcionalismo público. Os números não mentem. Nossa folha, em 2007, era de R$ 109 milhões. Agora, é de mais de R$ 150 milhões. Temos que lutar para manter nossas conquistas”, frisou Teotonio Vilela Filho.

De acordo com Vilela, a crise em Alagoas é tão real quanto o número de empregos que foram perdidos na Europa e nos Estados Unidos. “Quem pensa que Alagoas está imune a esta crise, está enganado. Nós, como os demais estados brasileiros, somos vulneráveis a ela. Estive reunido com 15 governadores e com o presidente Lula, em particular, para discutirmos saídas”, frisou.

Vilela destacou que o presidente garantiu que não haverá cortes nos recursos destinados ao Estado de Alagoas, para conclusão de obras e convênios. No entanto, o governador disse que o corte no Fundo de Participação do Estado já é preocupante, pois afeta diretamente na receita do Estado. “Em alguns estados, como São Paulo, isto nem faz cócegas. Mas, em Alagoas, o Fundo de Participação é fundamental. É uma grande parte da receita”, frisou.

O governador ressaltou a dependência do Governo Federal, mas destacou que a administração estadual tem ampliado as políticas de atração de investimento, para diminuir justamente esta dependência. “A queda do FPE hoje é de forma abrupta e tem efeitos a curto prazo. É impossível não reduzir os gastos públicos. Não há outra saída. Uma crise, paradoxalmente, nos cobra redução de custos e investimentos. Estamos buscando meios de manter isto”, disse.

Vilela afirmou que a situação de Alagoas – atualmente – é melhor que no passado. “Nós tínhamos um débito de R$ 500 milhões, mas já pagamos 2/3 de restos a pagar e recuperamos a capacidade de atrair recursos e projetos. Não estamos desperdiçando um centavo. Mas, não podemos deixar de lembrar do passado trágico que Alagoas já teve, quando em 1997, chegamos a uma situação de finanças comprometidas”, ressaltou. “Ou nós economizamos ou viveremos novas dramáticas tragédias”, complementou.

O governador confirmou ainda que o pagamento do 13° dos servidores corre risco, mas que o Governo do Estado tem feito de tudo para garantir que seja pago dentro do previsto, bem como os salários em dia. Quanto a possíveis reajustes, o governador destacou que é quase impossível aumentar salários diante da crise, mas salientou que o processo é dinâmico e vai trabalhar para atender as demandas dentro das possibilidades das finanças do Estado.

“Não vou afirmar que os salários serão congelados, porque o processo é dinâmico. Nós fizemos uma opção nesta crise que é pensar na maioria dos alagoanos, que são R$ 3 milhões de pessoas que precisam do Estado para poder ter até mesmo água, como todos sabem”, salientou.

Encontro com poderes

O governador disse ainda que discutiu a situação da crise financeira com os presidentes dos demais poderes, tanto Judiciário quanto Legislativo, e que só estes podem responder sobre a possibilidade de redução de duodécimo para ajudar a superar as dificuldades. “Não discuti redução de duodécimos. Eu conversei com eles, sobre a crise financeira mundial e a necessidade de contenção de gastos. Eu fiz um relato da situação financeira do Estado e a gravidade da situação e pedi que eles fizessem um processo de reflexão e um plano para a possibilidade de redução de receitas”, colocou.

Vilela garantiu ainda a continuidade das obras do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) em Alagoas e destacou que não vai deixar que a crise comprometa investimentos, nem dificulte a atração de empresas para o Estado.

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