‘Está insuportável construir em Alagoas’, diz presidente da Ademi

“Está insuportável construir em Alagoas”. Com essa frase, o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Jubson Uchôa, resume a situação das empresas diante dos valores cobrados pelos cartórios de imóveis no Estado.

Uchôa explicou que Alagoas é o estado onde são cobradas as maiores taxas cartorárias do País. Ele conta que, em pesquisa realizada pela Ademi, tendo como base um empreendimento de oito andares, com 32 apartamentos de cerca de 100m2, os custos para o registro do imóvel foram: menos de R$ 4 mil no Ceará; R$ 45 mil em Salvador e R$ 59 mil em São Paulo.

“No segundo estado mais caro do País, o valor ainda é bem abaixo do nosso”, desabafa, acrescentando que a situação deve piorar já que, depois que o problema foi levado a público no dia de ontem (quarta-feira), a Associação dos Notários e Registradores de Alagoas (Anoreg) suspendeu um convênio firmado com a Ademi onde era dado um “desconto” nos custos cartoriais.

“Eles alegaram outros motivos, mas sabemos que a suspensão do convênio foi uma represália. Sem esse desconto, o valor que era de R$ 126 mil, por exemplo, deve subir para R$ 156 mil”.

Cartórios

Outro problema apontado pelo presidente da Ademi é o fato de, embora existirem três cartórios de imóveis em Maceió, apenas um deles abarca 90% ou mais das construções. “É muito dinheiro, há muitos anos, na mão de uma única família”, diz Uchôa.

A redução das taxas e a abertura de mais um cartório de imóveis estão na pauta de um encontro que representantes da Ademi pretendem agendar com o governador Teotonio Vilela Filho, já que as taxas cobradas pelos cartórios de imóveis são regulamentadas pelo Poder Executivo, com a aprovação da Assembleia Legislativa e a fiscalização do Poder Judiciário.

“Os valores cobrados em Alagoas são absurdos, fora da realidade e o Estado tem poderes para resolver isso. É importante que a sociedade saiba que paga mais caro pelo seu imóvel por causa das taxas cobradas pelos cartórios”, finalizou.

A reportagem tentou entrar em contato com o presidente da Anoreg, Manoel Vilar Malta, mas não obteve êxito.

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