Galba Novaes diz que Comissão de Justiça é incompetente

Sionelly Leite/Alagoas24horas/ArquivoVereador Galba Novaes questiona competência da CCJ

Vereador Galba Novaes questiona competência da CCJ

Uma discussão sobre um projeto do presidente da Câmara Municipal de Maceió, Dudu Holanda (PMN), elevou os ânimos na sessão desta terça-feira, dia 28, na Casa Mário Guimarães. O projeto tornou o Instituto de Desenvolvimento Humano uma entidade de utilidade pública. No entanto, o trâmite do projeto levou os vereadores Tereza Nelma (PSB) e Galba Novaes a trocarem “farpas” durante seus pronunciamentos.

Nelma – que integra a Comissão de Constituição e Justiça da Casa – alegou que o projeto não poderia ter sido aprovado por ausência de documentação e frisou que ele não teve o devido trâmite, pois foi aprovado ainda em diligência. Ou seja, o projeto de lei foi para a Comissão, que teria constatado a falta de documentação. Logo em seguida, o projeto foi para a Procuradoria da Casa para parecer. O tempo de trâmite extrapolou os 14 dias previstos pelo Regimento Interno da Câmara Municipal.

Logo, Dudu Holanda designou uma relatoria especial e submeteu à apreciação da Casa. Nelma defendeu que o procedimento foi errado, pois não obedeceu aos trâmites. A colocação da vereadora foi suficiente para o vereador Galba Novaes externar a insatisfação com atuação da Comissão de Constituição e Justiça. “A Comissão foi incompetente. Todos os projetos estão sendo encaminhados para a Procuradoria, que está atarefada porque os vereadores não conseguem dar parecer”, atacou Novaes.

Novaes ainda disse que era vergonhoso o fato da Comissão de Constituição e Justiça estar se reunindo à noite, depois do horário do expediente. “Querem fazer do Regimento Interno uma modinha. Querem fazer carnaval. O projeto de lei do presidente extrapolou os 14 dias previstos e pelo regimento pode ser designado uma relatoria. Temos responsabilidade com a população e não se pode atuar por capricho. Querem usar o Regimento da Casa para conseguir cargos no governo. Precisamos de discussões qualitativas e não de entraves deste tipo”, colocou Novaes.

O vereador ainda classificou a oposição de Tereza Nelma – em relação ao prefeito Cícero Almeida – como “pessoal e não qualitativa”. Em outras palavras, Novaes denunciou o possível uso político das comissões. Nelma se defendeu alegando que o projeto passou do prazo porque não havia documentação completa. “Observamos que faltava documentos e por isto mandamos de volta para o autor e colocamos em diligência”.

Porém, a explicação não foi o suficiente. Galba Novaes frisou que a Comissão de Constituição e Justiça não possui norte e cobrou que o presidente da Casa, Dudu Holanda, desse um rumo à CCJ. “É um absurdo o que vem acontecendo. Não há competência para dar um parecer. Tudo vai para a procuradoria. Até projeto que dá nome de rua vai para a procuradoria. Não há conhecimento do Regimento Interno da Casa. O vereador Ricardo Barbosa já reclamou que um projeto que encaminhou para a Comissão, sumiu e depois foi para o procurador dá parecer. É humanamente impossível”, colocou Novaes, lembrando que a função da CCJ era justamente emitir parecer sobre os projetos de lei.

“Se o projeto foi inconstitucional ou não, que seja colocado. Depois nós votamos nesta Casa, conforme os entendimentos e pontos de vistas”, ressaltou ainda o vereador. A Comissão de Constituição e Justiça é presidida atualmente pelo vereador Chico Holanda (PP), que não foi encontrado por nossa equipe de reportagem para rebater as acusações. Holanda estava no início da sessão, mas deixou o plenário antes do término da discussão.

O vereador Marcelo Gouveia (PRB) se pronunciou sobre as acusações de Galba Novaes, quanto à incompetência da Comissão de Constituição e Justiça e o desconhecimento do Regimento Interno por parte de seus membros. “Eu me sinto satisfeito com a explicação do vereador Galba Novaes sobre o trâmite do projeto. Porém, não aceito ser chamado de incompetente. Estou na Casa para aprender. Eu confesso que não conheço o Regimento Interno, eu até tentei ler e estudar, mas a cópia que me deram estava meio apagada e tinha partes que não dava para entender. Estou estudando para defender o povo”, salientou Gouveia, que é correligionário de Novaes.

Ao final da discussão, o projeto de Dudu Holanda foi aprovado, contando apenas com o voto contra de Tereza Nelma. Porém, as críticas à CCJ permanecem, já que não se referem – como colocou Novaes – a um único projeto, mas – frisou o vereador – à inoperância dos membros em darem eficiência à tramitação de projetos em geral dentro da Casa de Mário de Guimarães. Galba Novaes – que já presidiu a Comissão em legislaturas passadas – sugeriu ainda que fossem trocados os presidentes. “Se não há competência, que coloquem o Sílvio Camelo (PV) ou o Ricardo Barbosa (PSOL), que são advogados militantes e que entendem da questão”, salientou.

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