Para Gecoc, vereador é ‘peixe pequeno’

Estêvão dos Anjos/Alagoas24horasMinistério Público e Polícia Civil afirmam que vereador foi preso para não morrer

Ministério Público e Polícia Civil afirmam que vereador foi preso para não morrer

Mais de 20 prefeituras de Alagoas estão envolvidas no esquema de desvio de recursos públicos que utilizava notas frias para enriquecimento ilícito de gestores. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, dia 28, o promotor do Grupo Estadual de Combate às Organização Criminosas (Gecoc), Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, junto com o integrante do Núcleo de Investigação e Repressão ao Crime Organizado de Alagoas (Nirco), delegado Denisson Albuquerque, esclareceram como se davam os trâmites do esquema e os motivos da prisão de um vereador pernambucano.

O vereador por Carneiros, em Alagoas, Paulo Sérgio – conhecido como Tarzan – seria um dos envolvidos no esquema de notas frias que atinge mais de 20 prefeituras das regiões agreste, sertão e zona da mata de Alagoas. O vereador foi preso na última sexta-feira na cidade pernambucana. Segundo o promotor, Tarzan seria um ‘ peixe pequeno’ no esquema. “O Tarzan é o elo desta quadrilha, ele tem duas empreiteiras de fachada, mas é um ‘peixe pequeno’ nesse esquema que envolve ainda muitas empresas de Alagoas que faziam a ponte do processo”, explicou o promotor, sem identificar as empresas.

Ainda segundo o promotor, o esquema de notas frias envolve diversos valores que vão de dez mil a mais de dois milhões de reais. Cada empresário que fornecia notas para o esquema recebia de 5 a 7% do valor da nota. O enriquecimento ilícito de gestores públicos, neste caso em específico, envolvia mais de 20 prefeituras, sendo duas delas na zona da mata, onde as fraudes seria de R$ 2.250.000,00 em uma e R$ 1.980.000,00.

“Este mesmo grupo vem agindo há mais de dez anos. Ainda estamos investigando para saber qual valor do rombo aos cofres públicos, mas adianto que as investigações não serão prejudicadas caso haja algum incêndio criminoso, pois todos os documentos dos esquemas já estão de posse do Ministério Público”, destacou Gaspar.

Alfredo explicou que as investigações sobre o esquema teve início com a promotoria de Olho D’Água das Flores, Nirco e Gecoc, mas alerta aos órgãos fiscalizadores do estado para a necessidade de uma investigação conjunta. “Essa investigação serve de alerta para a Polícia Federal, Controladoria Geral da União, Tribunal de Contas do Estado, junto com o MP fiscalizem as prefeituras alagoanas”, disse.

O promotor afirmou ainda que como são muitos documentos, há necessidade de critérios técnicos para análise, mas adiantou que vão “investigar todas os municípios doa a quem doer. E que todas as medidas serão tomadas, desde ação de improbidade administrativa até penal”.

Durante a coletiva, o promotor e o delegado informaram que a prisão do vereador foi solicitada para garantir a integridade física de Paulo Sérgio, uma vez que durante os monitoramentos de envolvidos no esquema foi descoberto um plano para assassiná-lo e alertou os envolvidos no esquema que, caso algo aconteça com a testemunha, todos serão responsabilizados. “Resgatamos do Tarzan da morte, por isso a prisão foi antecipada a prisão. E alertamos aos envolvidos que tudo o que o vereador tinha para dizer já foi dito. Ele esclareceu todos os pontos fundamentais e não precisa mais prestar esclarecimentos para a Justiça, uma vez que estamos oficializando o depoimento dele. Sabemos que tem interesse em matá-lo e, caso isso aconteça, todos os envolvidos serão responsabilizados”, enfatizou Alfredo Gaspar.

O vereador Paulo Sérgio, está preso em uma ala do presídio Baldomero Cavalcanti e deverá ser liberado nesta terça-feira, uma vez que hoje expira o prazo para a prisão temporária – de cinco dias. O delegado Denisson Albuquerque informou que diante das ameaças, não descarta a possibilidade de solicitar inclusão da testemunha-chave no Serviço de Proteção à Testemunha.

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