Maceió lidera ranking de homicídios entre adolescentes

Uma pesquisa realizada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a organização não governamental Observatório de Favelas, revelou uma situação preocupante no país. Cada vez mais jovens morrem, vítimas de homicídio. O Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) aponta que mais de 33,5 mil jovens de 12 a 18 anos perderão a vida entre 2006 e 2012, caso esses índices de violência não diminuam.

Na pesquisa, Maceió e Recife aparecem entre as capitais brasileiras no topo do ranking de homicídios entre adolescentes, ambas com uma média de 6,0 jovens mortos para cada mil habitantes.

O levantamento revela disparidade entre as condições de segurança nas diferentes regiões do país. Em 34% dos municípios pesquisados, o IHA foi inferior a um adolescente assassinado para cada grupo de mil, enquanto cerca de 22% das cidades obtiveram valores superiores a três jovens mortos. Outros 7% dos municípios, no entanto, puxaram o índice para cima, por apresentarem valores superiores a cinco adolescentes assassinados para cada mil, como é o caso da capital Alagoana.

O município com o pior resultado é Foz do Iguaçu (PR), onde o IHA é de 9,7. A estimativa é de que 443 jovens com menos de 19 anos sejam assassinados nessa cidade entre 2006 e 2012. Em segundo lugar, está Governador Valadares (MG), com um índice de 8,5 jovens mortos para cada mil. O Rio de Janeiro aparece com índice de 4,9.

De acordo com o levantamento, a média de adolescentes assassinados no Brasil antes de completarem 19 anos é de 2,03 para cada grupo de mil. O número é considerado elevado, já que, segundo os organizadores da pesquisa, uma sociedade não violenta deveria apresentar valores próximos de zero.

O índice revela o risco de mortalidade por assassinato entre jovens brasileiros e estima quantos adolescentes com pelo menos 12 anos serão vítimas de homicídio antes de completarem 19 anos. Para o levantamento, foram coletados dados de 2006 sobre assassinatos de adolescentes em 267 municípios com mais de 100 mil habitantes.

Grupos de risco

A pesquisa revela ainda que a probabilidade de ser vítima de homicídio é quase 12 vezes maior para homens. Mostra também que a população negra é a que mais sofre com a violência. O risco de um jovem negro morrer assassinado é 2,6 vezes maior em relação a um branco.

Atualmente, os homicídios representam 45% das causas de morte entre os adolescentes. Segundo o levantamento, o risco de assassinato é maior para a faixa etária de 19 a 24 anos, e decresce a partir daí.

A maior parte dos homicídios ocorre por arma de fogo, o que, segundo o relatório, reforça a importância do controle de armamento nas políticas de redução da violência.

Relatório

Na semana passada, a Comissão de Direitos Humanos da OAB seccional Alagoas, divulgou um relatório dos casos de violência contra crianças e adolescentes no Estado.

O relatório aponta que 262 homicídios foram registrados. Destes, 231 foram praticados com armas de fogo, 18 com armas brancas, três com instrumentos contundente, além de dez homicídios praticados através de pauladas, pedradas e linchamentos, tendo como principal razão o tráfico de drogas: 90% dos casos.

Maceió figura como o maior palco da violência contra crianças e adolescentes. 158 homicídios foram registrados na capital alagoana. Somente no primeiro semestre deste ano foram registrados 800 assassinatos.

Fonte: Com Agências

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