Os deputados estaduais retornam às atividades parlamentares na tarde desta terça-feira, dia 4, na Casa de Tavares Bastos. A sessão desta tarde marca o retorno efetivo dos parlamentares que haviam sido afastados por suspeitas de integrarem um esquema que teria desviado mais de R$ 280 milhões da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.
Com o retorno destes, é natural – como já confirmou o presidente da Assembleia, Fernando Toledo (PSDB) – que haja uma nova acomodação em relação aos “grupos políticos” dentro do parlamento. O efeito primeiro, neste segundo semestre da legislatura, é a recomposição das comissões da Casa, entre elas a de Constituição e Justiça.
O ex-presidente Antonio Albuquerque (sem partido) é um dos que deve buscar novos espaços dentro do parlamento alagoano. Fernando Toledo vê esta arrumação na ALE como normal, já que os deputados estaduais ficaram afastados por um ano e quatro meses e o parlamento precisou formar as comissões, sobrecarregando alguns parlamentares. “Esta sobrecarga houve porque os suplentes na época não poderiam assumir cadeira nas comissões”, frisou Toledo.
O presidente avalia ainda que não haja entraves com o Executivo, mesmo diante do retorno dos deputados estaduais. Para Toledo, as relações continuam amistosas e respeitosas. Fernando Toledo não esconde – entretanto – o desejo de deixar a Assembleia Legislativa neste segundo semestre, assumindo a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.
Fernando Toledo diz que a PEC aprovada, que possibilita – em tese – a ida dele para o Tribunal de Contas foi um avanço para a Constituição Estadual e que disciplina uma situação onde há vacância. “É o caso, pois os auditores estão em estágio probatório. Estamos trabalhando com fatos concretos. A legislação foi colocada para resolver este caso e não legislei em causa própria”, coloca o presidente, sem – no entanto – negar os acordos políticos que lhe garantem a cadeira de conselheiro.
A possível saída de Fernando Toledo, caso a PEC seja considerada constitucional pela Justiça, traz mais uma novidade no segundo semestre: uma nova eleição sendo puxada pelo vice-presidente Alberto Sextafeira (PSB). Porém, neste caso, um dos nomes cotados – Antônio Albuquerque – diz não ter mais interesse pela presidência da Casa de Tavares Bastos.
Apesar dos resquícios da crise que se instalou no Legislativo no primeiro semestre, Toledo acredita que passada a “insegurança jurídica”, com o retorno dos anteriormente afastados, o parlamento agora caminhe para a normalidade.
